Talvez vocês já tenham ouvido histórias de pais e avós sobre visitas ao supermercado nas décadas de 1980 e comecinho dos anos 1990. O pessoal conta que, na época da hiperinflação, não havia nenhuma segurança de que os preços seriam os mesmos da semana anterior. Ou do dia anterior. Foi um período muito difícil pra muita gente e que deixou marcas profundas na memória financeira dos brasileiros.
No Semanada de hoje a gente explica como a situação chegou nesse ponto, como o Brasil saiu dessa, e se tem risco disso acontecer de novo!
Eu não lembro muito dessa época, era muito pequeno, mas alguém tem memórias aí de como era viver na hiperinflação? Conta pra gente!
Fiquei super aflito só de ouvir o podcast, imagina viver numa época tão instável e imprevisível como foram as décadas de 80 e 90?! Curioso que, apesar de financeiramente ter sido tempos ruins, culturalmente foram bons tempos… a galera sabia se vestir e ouvir boas músicas! HAHAHA
Iiihhh, nessa época minha mãe nem sonhava em me ter! Mas, vou chamar aqui duas pessoas que podem nos ajudar nessa. Cheguem mais @Kleber_Vieira1 e @pedroh.nunes!
Não havia garantia de que o preço da manhã seria o mesmo à tarde.
Cheguei a comprar um walkman no Mappin com uns 70% de desconto porque vi um preço na vitrine e quando entrei pra comprar tinha aumentado para mais que o dobro.
Era um inferno, num dia a gente comprava 1 Kg de arroz por 1000 Cruzeiros e no dia seguinte tinha que levar 2000 Cruzeiros pra comprar aquele mesmo 1 Kg de arroz.
Eu vivi essa época aí. Me lembro que tentava guardar dinheiro pra comprar um brinquedo, mas quando conseguia e ia comprar, o valor já tinha extrapolado em muito o que tinha disponível.
Lembro também quando rolou uma escassez de leite e tinha que acordar de madrugada e ir pra fila do leite pra tentar comprar. Isso aqui no Rio, não sei se isso aconteceu em outros lugares. E detalhe, tinha padaria que só vendia o leite se comprasse o pão. Venda casada? Nessa época não tinha isso não, valia tudo.
Fora aquelas remarcações de preços que aconteciam praticamente o tempo todo com aquelas maquininhas. Era comum entrar numa loja e lá ter um funcionário remarcando.
Aqui, também eu lembro só do começo do Real, porem meu pai conta varias situações desta época e de como era complicado para organizar o orçamento do mês, praticamente vc não podia ficar com o dinheiro, quando estava com dinheiro já tinha que comprar o desce porque no outro dia já ia estar mais caro.
Nossa Elves quando eu tava pesquisando pra escrever o roteiro também fiquei agoniado. Tem mil histórias malucas, imagina que as pessoas já nem entendiam mais quanto valia o dinheiro. Eu sou paranóico do controle de quanto gasto, não dá nem pra imaginar.
hahaha vamos ver se o pessoal com mais quilometragem conta algumas memórias!
Caramba gente DOBRAR o preço de um dia pro outro é coisa de louco né? Como fazia para ir ao supermercado sem saber quanto as coisas iam custar? Vc levava uma montanha de dinheiro?
Nossa Fabiano, o brigado por compartilhar sua história! Pra gente que não viveu ou era muito pequeno pra lembrar, parece história de filme. Pegar fila pra comprar um leite? Nossa, nunca imaginei com um cenário como esse.
Acho que essa sensação de não ter mais regras também devia pegar muito né? O que pode e o que não pode fica relativizado dependendo da necessidade do momento. Isso deve dar uma baita confusão na cabeça.
O mais louco disso é que o instinto num momento desses é de guardar, mas aí, se guardar, piora. É o famoso se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Lembro de muitas coisas dessa época,mas o que mais me marcou era não saber o salário, pq todo mês tinha reajuste e as filas no banco pra tirar extrato pra ver o saldo do Overnight.
Não tinha como saber, a gente simplesmente ia, levava o dinheiro para o mercado e voltava pra casa com menos ítens. Era sempre uma surpresa, lembro que na época, haviam uma profissão, chamada: Remarcador de Preço, eram pessoas que trabalhavam com uma máquina que colava etiquetas de preço nas mercadorias e eles trabalhavam muito.
Era tipo isso mesmo, como a moeda não tinha valor, tínhamos que carregar grandes quantidades de notas…