“Se você não comprasse aquele cafezinho todo dia, talvez desse para investir o dinheiro e enriquecer”
Em primeiro lugar, haja cafezinho.
Em segundo… Vem ver o que a gente tem a dizer sobre a culpa de gastar dinheiro – e o que fazer para começar a se livrar dela.
Tempo de leitura: 11 minutos
No nosso radar
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A culpa de gastar. A gente se acostumou a ouvir que gastar dinheiro é coisa de gente com pouco controle. Isso se traduz em um sentimento de vergonha a cada transação não essencial.
Isso ajuda de alguma forma? Já está mais que provado que não. Vários estudos ligam o sentimento de culpa à procrastinação, depressão e até à sensação de um peso literal sobre as costas. Fazer uma pessoa se sentir culpada – por ter dívidas, por ganhar pouco, por gastar muito – não vai melhorar seus hábitos, e sim, estimulá-la a praticá-los escondida.
Culpa de quem mesmo? Além disso, esse tipo de argumento bota sobre o indivíduo toda a responsabilidade de problemas estruturais (sociais e econômicos) em nossa sociedade que tornam muito difícil guardar dinheiro.
As coisas não são tão fáceis assim. Atingir a independência financeira não é algo que possa ser reduzido a algo tão reducionista quanto “pare de gastar”. Além de ser uma visão simplificada da realidade, traz consigo um julgamento de valor sobre o ato de consumir coisas não essenciais – o seu café, o seu corte de cabelo, a sua cerveja no bar depois de um dia difícil no trabalho… Tudo vira frívolo.
Como, então, se livrar desse sentimento? Não tem fórmula mágica pra gastar sem culpa – até porque não dá para abrir a porteira e gastar desenfreadamente. Mas existem formas de chegar a um equilíbrio saudável. A gente lista algumas a seguir.
1. Tenha um orçamento bem estruturado
É difícil não ficar ansioso com os R$ 100 que você gastou em um restaurante quando você não sabe se eles vão fazer falta na conta de luz. Ter um controle orçamentário, detalhando todas as contas e despesas esperadas no mês, faz com que você visualize qual é o dinheiro essencial para cobrir os custos essenciais.
Veja aqui como categorizar suas despesas
2. Estabeleça metas para poupar
Você se sente mal por ter “desperdiçado” uma quantia que poderia ter sido guardada ou investida? Então separe antes de gastar. Se você quer guardar R$ 100, R$ 200, R$ 500 por mês, faça isso assim que o seu salário cair. A partir desse ponto, pare de se sentir mal por consumir – seu objetivo mensal já foi atingido, permita-se curtir o que sobrou.
3. Olhe para o lazer como uma prioridade
Fazer coisas por você mesmo apenas porque você quer não é um ato egoísta, ou irresponsável. Inclusive, deve ser considerado como parte fundamental do orçamento. Tanto é que a maioria dos métodos de organização financeira (como a regra 50-15-35, por exemplo) estipulam uma porcentagem fixa da renda que deve ser destinada ao lazer. Nesse sentido, cuidar da vida financeira não é tão diferente de fazer uma dieta saudável: qualquer regime restritivo, que corta grupos alimentares, funciona por pouco tempo. O que resolve é a reeducação equilibrada.
4. Pense no que te traz mais felicidade
Se, após considerar os passos anteriores, você decidir que ainda não se sente à vontade, entenda quais são as prioridades. Se você frequentemente gasta com algo que não é tão prazeroso assim, economize aí. Mas, da mesma forma, descubra o que te faz mais feliz: é comer em restaurantes bacanas? Comprar jogos? Viajar? Pratique nesse hábito o sentimento de comprar sem culpa. Essa é uma coisa que te faz bem e você tem o direito de priorizá-la na sua vida.
5. Dívidas sempre em primeiro lugar
De novo: o orçamento deve refletir todos os seus gastos – incluindo débitos em aberto. Uma dívida não paga pode virar uma bola de neve rapidamente, portanto, sempre priorize os acordos. Se isso significar fazer cortes no seu estilo de vida, entenda que essa é uma situação temporária e te ajudará a ter uma vida mais saudável no futuro.
Veja dicas para quitar as dívidas
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