Essa semana foi repleta de notícias de tentativas de golpes na internet, e agora, aparece mais essa notícia de um software espião que é usado em espionagem e estava atacando as operadoras. Elas ficaram de “bico calado” e fizeram “vistas grossas” ou são vítimas como todos nós?
FirstMile: Operadoras de telefonia sabiam da existência do software espião e não avisaram a Anatel.
Três grandes operadoras de telefonia, Claro, Tim e Vivo, encontram-se no centro de uma controvérsia concernente ao uso do software de espionagem conhecido como FirstMile, contratado por órgãos públicos, incluindo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
De acordo com informações, as operadoras tinham conhecimento de que suas redes estavam sendo alvo de ataques por esse software espião, mas não comunicaram a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Anatel, por sua vez, confirmou em nota oficial que as operadoras não notificaram a agência sobre os incidentes ou tentativas de invasão envolvendo o software FirstMile.
Essa omissão pode resultar em possíveis punições administrativas, conforme estipulado pelas regulamentações do setor de telecomunicações.
Apesar da falta de comunicação por parte das operadoras, a Anatel declarou ter identificado medidas de proteção contra acessos não autorizados que foram implementadas recentemente.
A agência reguladora anunciou a abertura de investigações internas para esclarecer o caso, incluindo a averiguação do conhecimento das empresas sobre as vulnerabilidades exploradas.
As investigações visam determinar se as operadoras tinham ciência dos ataques e se tomaram as devidas medidas para salvaguardar a integridade de suas redes.
Além disso, a Polícia Federal está envolvida na investigação, buscando esclarecer o uso do software FirstMile e a produção de relatórios de inteligência sobre adversários políticos da família Bolsonaro.
A investigação tem como objetivo lançar luz sobre as atividades da chamada “Abin Paralela” durante a gestão de Alexandre Ramagem, atual deputado federal.
Conforme as apurações, o grupo da “Abin Paralela” teria monitorado adversários políticos sem autorização judicial, utilizando o programa espião que tem a capacidade de obter informações de georreferenciamento de celulares.
O uso do software FirstMile tornou-se público em março de 2023, e somente após essa revelação, a Anatel teve conhecimento do caso e iniciou processos de investigação para cada uma das operadoras envolvidas.
Um e-mail descoberto relatando uma tentativa de invasão na rede da Tim pela Polícia Federal adiciona complexidade ao caso. A Anatel afirma que as operadoras corrigiram as falhas que permitiam o monitoramento da localização de aparelhos celulares, porém, não comunicaram a agência quando as invasões foram descobertas.
Em face desses desenvolvimentos, a Anatel ressalta que o Regulamento de Segurança Cibernética Aplicada ao Setor de Telecomunicações obriga as operadoras a notificarem a agência sobre incidentes relevantes que afetem substancialmente a segurança das redes.
Até o momento, de acordo com os processos instaurados pela Anatel, o software espião “teria atuado sem o conhecimento ou acordo prévio das prestadoras Claro, Tim e Vivo”.
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