Dinheiro não é coisa de mulher?


Oi, pessoal, tudo bom?

Meu nome é Camila e eu sou uma das responsáveis pelo blog do Nubank. Se você ouve o Semanada, nosso podcast, também pode me reconhecer como a voz do Brasil locutora da maior parte dos episódios.

O mês de março é sempre um período em que a gente coloca a cabeça pra pensar sobre o que significa falar com mulheres – afinal, a gente já faz isso o ano inteiro, não só numa data “comemorativa” (curiosidade: 90% das pessoas que escrevem no blog do Nubank são mulheres).

Mas uma coisa que ainda marca muito o nosso trabalho é ver que, quando o assunto é cuidar das finanças, muitas brasileiras ainda sentem pouca confiança. Então foi isso que a gente quis retratar no post desse 8 de março.

Abaixo eu dou uma palhinha do texto. :slight_smile:

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Quando o assunto é cuidar de dinheiro, ainda falta confiança para muitas mulheres.

É isso que apontam pesquisas (brasileiras e globais) que investigam por que tantas mulheres entregam o controle financeiro na mão de seus parceiros.

Cada vez mais, elas vêm tomando (ou retomando) o controle de suas finanças, mas fazer isso não é uma tarefa fácil.

Começa pelo fato de que, apesar de quase metade dos lares brasileiros serem chefiados por mulheres, elas continuam recebendo menos que os homens: de acordo com o IBGE, elas ganham, em média, 20,5% a menos para exercer as mesmas funções.

Um homem branco chega a receber 159% a mais que uma mulher negra com a mesma formação, segundo o Instituto Insper.

Por que isso? Olhar um pouco para trás ajuda a começar a entender.

Uma história controlada por homens

Até a década de 1960, mulheres casadas não tinha direito a abrir conta no banco ou trabalhar fora sem a autorização de seus maridos. Isso caiu com o Estatuto das Mulheres Casadas. Mas, assim como em tantos outros casos, mudar a lei não significa mudar a cultura.

Para Laís Nicolodi, mestre em psicologia comportamental pela Universidade de São Paulo (USP), esse histórico é um ponto central na hora de entender por que tantas mulheres (mesmo as que ganham seu próprio dinheiro) entregam a responsabilidade financeira nas mãos de seus parceiros.

“O nosso modelo de sociedade sempre teve o homem como chefe. E é o chefe quem está autorizado a gerir as finanças”, diz ela. “Quando a mulher entrou no mercado de trabalho, ela passou a desempenhar uma jornada tripla – trabalho, afazeres domésticos e cuidados com os filhos.”

“Ou seja, você tem uma mulher que já está sobrecarregada e, além de tudo, cresceu aprendendo que quem cuida de dinheiro é homem. Acaba sendo o mais natural para ela deixar as decisões financeiras na mão do marido, até entregar o salário na mão dele”, explica.

A carga histórica é um dos fatores que reforçam a ideia de que dinheiro não é coisa de mulher.

O papel da educação e de exemplos

A ausência de referências femininas, segundo Laís, também alimenta esse problema. “Os homens são ministros da economia, analistas financeiros, gestores em cargos que envolvem dinheiro. Mais mulheres estão ocupando esses espaços, mas elas ainda são uma minoria”.

“E essa falta de referências vem da criação e educação”, afirma a psicóloga. “Existem pesquisas que mostram, por exemplo, o viés de professores das ciências exatas: eles tendem a dar mais espaço para os meninos responderem na sala de aula e atribuem notas mais altas para eles quando vêem o nome dos alunos na prova; em testes cegos, por outro lado, isso não acontece.”

O papel da mulher como cuidadora e não administradora se manifesta inclusive quando os homens não tomam boas decisões com o dinheiro. Era o caso da Ana Alice, 48 anos, de Duque de Caxias. “Meu ex-marido bebia, gastava muito”, conta ela. “Quando eu trabalhava como operadora de caixa em um mercado, acabava gastando quase tudo no vale pra comprar comida. Se eu chegasse no fim do mês com R$ 100 pra receber de salário, era muito.”

Um dia, Ana Alice pediu dinheiro ao marido para comprar carne para a marmita que estava preparando para ele. Eles discutiram e ele disse que ela “só sabia pedir.”

“Naquele dia eu pensei que não queria mais viver daquele jeito. Eu queria ter o meu dinheiro”, conta ela.

Algum tempo depois do episódio com a marmita, o casal se separou. “Foi um alívio. Hoje eu trabalho, ganho meu dinheiro, banco minhas contas. Se eu quiser fazer algo com minhas filhas, comer uma pizza, eu vou lá e pago. Se minha filha precisar de ajuda pra comprar algo, eu vou separando pra dar pra ela. Não dependo de mais ninguém.”


Quer saber mais dessa história toda? Dá pra ler o texto na íntegra no blog do Nubank – ou escutar como áudio no Spotify. Contem nos comentários o que acharam!

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Chocada com essas informações! Mostra como esse assunto é importante!

Texto incrível @camila.l! Obrigada por trazer pra gente.

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Nada é mais libertador do que o momento em que uma mulher passa a enxergar o seu verdadeiro valor. Texto excelente e muito necessário! Obrigada por compartilhar aqui com a gente, @camila.l :purple_heart:

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Que conteúdo maravilhoso @camila.l! :clap:

E adorei o detalhe nesse cartão! :muscle:

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Assunto muito importante, obrigado @camila.l

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Aumenta meu limite Nubank

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Eita, kkkkkkkkkkkkkkkkk

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Parabéns @camila.l pelo tópico :clap:t3::clap:t3::clap:t3:
Sou seu fã no semanada, Camila Lafrata, certo :interrobang: :smiling_face_with_three_hearts: voz clara e linda :+1:t3::clap:t3::clap:t3::clap:t3: agora também estou vendo o rosto da voz :grin::+1:t3:

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