A de aeee, caiu o salário
B de boleto
C de cadê o meu dinheiro
O abecedário da vida adulta é bem menos divertido do que o da nossa infância, mas existem formas de chegar até o fim do mês sem precisar esbarrar no Z, de zerado.
“O dinheiro não dura” Se você já disse isso alguma vez na vida, saiba que não está sozinho. Dá uma olhadinha nos dados levantados pelo SPC entre o fim de 2018 e começo de 2019:
- 76% dos brasileiros dizem viver no limite do orçamento
- Deles, 43% terminam o mês zerados e 33%, no vermelho
- 36% da população afirma que não cuida das finanças pessoais
- Enquanto 33% conta que não faz ideia de quanto gastou no cartão de crédito no mês anterior
E olha que a gente mal tocou no assunto dívidas…
Por que é tão difícil fazer o dinheiro sobrar? Essa é a pergunta de um milhão de dólares. De uma história marcada pela desigualdade social a hábitos contemporâneos difíceis de serem quebrados, dá para escrever um tratado sobre por que poupar é uma tarefa tão difícil para o brasileiro.
Mas como quebrar esse ciclo? Cada um tem uma realidade, portanto, nenhum conselho vai ser eficaz para 100% das pessoas. Mas algumas práticas podem ajudar muito se forem aplicadas na rotina.
7 passos para controlar as despesas do mês
1. Calcule sua renda. Ou seja, bote na ponta do lápis tudo que entra de dinheiro a cada mês. Seja você é assalariado ou autônomo, o importante é lembrar que o que vale é o valor líquido – aquele que de fato entra na conta, depois de descontados os impostos.
2. Anote tudo. O aluguel, as contas da casa, as compras, os barzinhos. E não, isso não significa que você terá que cortar da vida tudo que te dá prazer. Mas olhar para o número no fim do mês ajuda a dar um pouco de perspectiva e identificar onde estão os excessos que podem ser deminuídos – quem sabe você não descobre que ele está, inclusive, mais alto que a renda?
3. Interrogue seu banco. Por acaso você já deu uma olhada na quantidade de tarifas e taxas que o banco tem direito de te cobrar? Então deixa essa matéria aqui aberta em outra aba pra ler quando tiver tempo (só tenta não cair da cadeira). Todo mundo precisa saber pelo que está pagando – e, tão importante quanto isso, precisa saber quando está pagando sem necessidade. As contas digitais, afinal de contas, apareceram para dar mais transparência a essa relação.
4. Passe um pente fino na fatura. Coloque um alarme no celular com o nome “checar fatura”. Olhe para suas compras, veja o valor parcial, esteja ciente de quanto e com o que está gastando. Fazer isso com frequência (diariamente, ou uma vez a cada dois dias) faz com que essa tarefa seja simples, já que as despesas ainda estão frescas na cabeça.
5. Pare de fazer parcelas. Sério, pare. Não é que diluir as despesas seja errado, mas isso deve ser a exceção, não a regra. Se você já tem parcelamentos em andamento, faça a si mesmo a promessa de não comprar mais nada desta forma até que eles acabem (a não ser, é claro, no caso de uma emergência). Sua organização mental agradece.
6. Imponha-se metas. Você quer poupar R$ 200,00 todo mês? Ou R$ 1.000,00 em um ano? Ou R$ 10.000,00 nos próximos 36 meses? Pense no número, no prazo e até na finalidade daquele dinheiro – é uma quantia que está sendo poupada para a velhice, para um projeto, para uma viagem, para um carro? Ter uma meta clara ajuda a manter disciplina para guardar no dia a dia.
7. Descubra o que funciona. Não necessariamente o que dá certo para um vai dar certo para todos. Existem alguns métodos de poupar e organizar as finanças (a gente explica o desafio das 52 semanas aqui e a regra 50-15-35 aqui), mas não se sinta desestimulado se eles não funcionarem para você. Encontre aquilo que bate com sua personalidade, seus objetivos e sua realidade.