Alocação de capital: definição, importância e apresentação de um modelo estrutural.
A alocação de capital consiste em separar em compartimentos o capital pessoal, ou seja, todos os nossos ativos financeiros.
Esta separação permite que cada fatia do capital seja utilizada de acordo com a destinação previamente planejada e orçada para cada uma delas, evitando que se misturem e eventualmente se perca o controle das finanças pessoais.
Permite também definir estratégias de liquidez e rentabilidade distintas, níveis de proteção ao risco adequado a cada investimento, visualização individual de resultado (lucros e prejuízos) e isolamento nas operações, ou seja, em uma operação de risco não haverá perda de capital em outros compartimentos.
Irei apresentar a seguir o modelo que utilizo atualmente. Destaco que é um modelo que se adequa ao meu padrão de consumo, ao meu perfil de investidor e aos meus objetivos financeiros. Não estou fazendo recomendações em qualquer tipo de investimento.
Resumidamente, utilizo o modelo de alocação de patrimônio mostrado pela figura abaixo.
Em seguida explicarei resumidamente cada um deles.
Fundo de reserva
Destina à situações emergenciais como a perda da fonte de renda (desemprego, problemas de saúde prolongados, fechamento de negócio, etc.) ou qualquer tipo de despesa de maior valor não planejada. Para definir o tamanho do capital de emergência utilizo o valor correspondente a seis vezes as despesas mensais fixas, já considerando as provisões das despesas fixas não mensais (impostos, seguros, manutenções periódicas, presentes de aniversário e natal de valor mais alto, etc) e um valor reduzido também para o capital de giro mensal. Utilizo Tesouro Selic devido à sua alta liquidez (ainda que não imediata) e sua segurança de custódia. Não me preocupo em rentabilizar este capital, ele deve apenas ser corrigido sem perdas.
Capital reserva
Decidi que se em algum mês, por alguma razão, eu ultrapassar o valor do meu capital de giro (se o dinheiro acabar mais rápido que o mês) ao invés de tomar empréstimo bancário via cheque especial, eu mesmo me financio através de um valor que fica sempre de facílimo acesso. Guardava esse capital numa conta poupança vinculada à conta corrente mas devido ao cenário atual de juros, decidi colocar na NuConta, pois lá remunera 100% do CDI e tem liquidez imediata, além de poder realizar saques na modalidade débito. Ao ser consumido, este capital deverá ser o primeiro a ser recomposto no mês seguinte. É interessante não visualizar este saldo compondo o capital de giro, para não correr o risco de achar que é tudo uma coisa só (outra razão de eu ter separado os dois).
Capital de giro
Valor para os gastos mensais com lazer, alimentação e pequenas despesas. Deixo na conta corrente mesmo.
Capital de previdência
Valor investido com a finalidade de gerar renda passiva, ou seja, é o quanto preciso ter para que a renda mensal proveniente deste capital alimente o capital de giro todo mês. Em outras palavras, é o capital que trará a independência financeira. Atualmente escolhi Fundos imobiliários com dividendos mensais e ações pagadoras de dividendos com estratégia de longo prazo (buy and hold).
Capital operacional
Valor destinado para operações de investimentos no pequeno e médio prazo (day trade e swing trade). Este capital irá se alimentar, alimentar o capital de giro (elevação da qualidade de vida) e o capital de previdência.
Hoje esta é a estrutura que montei e que, no momento, é a que melhor se adequa e a que me dá mais tranquilidade e controle das minhas finanças. Estou sempre aberto a aprender novas coisas então esteja à vontade para trazer um novo ponto de vista.
Um abraço.