Como montar uma carteira de investimentos ideal? Aprenda!
Uma carteira de investimentos construída de modo inteligente é essencial para o sucesso financeiro. Leia o artigo e aprenda como construir a sua!
Um passo fundamental para alcançar seus objetivos financeiros é construir uma carteira de investimentos que esteja de acordo com suas metas e com o seu perfil de investidor.
Isso porque, a decisão de investir é impulsionada pelo objetivo de rentabilizar o dinheiro poupado, construir patrimônio no longo prazo ou atingir metas de curto e médio prazo.
Contudo, não basta saber disso, é necessário saber também como alocar os ativos numa carteira de investimento e quais ativos escolher.
Nesse artigo, aprenderemos como construir um portfólio ideal. Mas, primeiro, vamos à definição:
O que é uma carteira de investimentos?
Essencialmente, é o seu portfólio. É a seleção das classes de ativos e dos ativos específicos, de tal modo que certo objetivo financeiro seja alcançado.
Nesse sentido, é importante definir qual será a proporção que cada classe e que cada ativo terá no portfólio.
Para isso, é necessário que tenhamos consciência da nossa situação financeira, tracemos nossas metas e conheçamos o nosso perfil de investidor.
Importância da construção de uma carteira de investimentos
Como foi dito, o propósito de construir uma carteira de investimentos é alcançar objetivos financeiros.
É por isso que entender quais são suas metas é fundamental nesse processo, pois evitará que você escolha aplicações inadequadas.
Por exemplo, se você pretende trocar de carro em um ano, o investimento em ações não é uma boa opção, porque as oscilações do mercado podem fazer com que, no momento que você precisar dos recursos, tenha menos dinheiro do que você aplicou.
Portanto, uma distribuição dos recursos feita de modo inteligente fará com que você alcance suas metas com mais segurança e eficiência.
Além disso, para que você não passe qualquer tipo de angústia nesse processo, é importante que essa distribuição leve em conta o seu perfil de risco.
Por fim, a sua situação financeira não pode ser negligenciada.
Se você não levar em conta quanto você ganha, quanto e como você gasta, suas responsabilidades etc., é provável que você passe apertos financeiros.
Assim, é possível que você aplique seu dinheiro em ativos de longo prazo, quando sua necessidade é de curto prazo.
Se você ainda não tem essa organização das suas finanças, recomendamos que leia o artigo sobre como fazer um planejamento financeiro pessoal.
Diante do que foi dito, é possível perceber que não existe uma carteira de investimentos ideal que se aplique a todos os investidores, mas existe uma carteira ideal para cada um deles.
Por isso, não adianta copiar a carteira de A ou B, pois você precisa construir uma própria que leve em consideração as características que já tratamos.
Agora que temos nosso orçamento feito e já sabemos o conceito e a importância da alocação eficiente dos ativos, podemos passar para os próximos passos: conhecer nosso perfil e traçar nossos objetivos.
Perfil do investidor
O perfil do investidor leva em consideração nosso nível de aceitação ao risco, nossa capacidade de suportar oscilações na nossa carteira de investimentos.
Basicamente, existem cinco tipos de perfis:
Como descobrir o seu perfil
Para que você possa se identificar com alguns desses perfis, você precisa responder algumas perguntas:
- Você necessita dos recursos investidos dentro de pouco tempo ou você pretende deixar durante anos?
- Como você se sentiria caso o preço das suas aplicações caísse 20%, venderia tudo ou sabe que faz parte do jogo?
- Quais são os seus objetivos com esse investimento, construir uma renda para a aposentadoria ou trocar de carro daqui a um ano?
- Você já tem conhecimento ou experiência com aplicações financeiras?
- Em que etapa da vida você está?
Essas respostas vão te auxiliar na identificação da sua capacidade de tomar riscos.
Por exemplo, quanto mais novo você for, mais risco você pode correr, pois tem tempo e energia suficiente para recomeçar novamente caso haja uma perda financeira.
Por outro lado, se seus objetivos são de curto prazo, deveria aplicar em algo que oscile menos, com um risco menor.
Escolher ativos mais arriscados do que deveria, pode tirar o nosso sono. No entanto, quando escolhemos aplicações com baixo risco mesmo suportando alto risco, perderemos grandes oportunidades.
Então, o próximo passo é traçar quais são as nossas metas para entendermos quais ativos escolher.
Ativo para cada objetivo financeiro
Graças ao desenvolvimento do mercado financeiro, hoje, temos uma diversidade enorme de aplicações financeiras que se adequam aos mais diferentes objetivos.
Nessa etapa, você pode separar suas metas de acordo com os prazos: curto prazo (até 1 ano), médio prazo (de 1 a 5 anos) e de longo prazo (5 anos em diante).
Dessa forma, ficará mais claro para você na hora de escolher os ativos para cada um desses prazos.
Por exemplo, se seu objetivo é de:
- Curto prazo: escolha ativos de baixo risco, com pouca oscilação e que tenha uma alta liquidez;
- Médio prazo: pode escolher investimentos com uma liquidez menor e uma rentabilidade esperada maior, mas sem correr grandes riscos;
- Longo prazo: aqui, aplicações de risco maior, rentabilidade esperada maior e liquidez menor podem ser escolhidos.
Aliás, não posso deixar de dizer que as decisões de investimento nem sempre são tão simples, pois mesmo que uma pessoa tenha um objetivo de longo prazo, seu nível de aceitação de risco vai ser primordial na escolha dos ativos.
Por isso, é importante que você leve em consideração o seu perfil e os seus objetivos, não um ou outro.
Por fim, não esqueça de definir metas que sejam realmente importantes para você, pois a relevância delas é que vai garantir a motivação que implicará na disciplina, que será fundamental para que o planejamento seja seguido e não haja desvios.
Dito isso, agora nós vamos te mostrar as principais classes e subclasses de ativos que você pode ter em sua carteira e o risco relativo de cada uma delas.
Classificação dos ativos
As aplicações são divididas em duas grandes classes: as de renda variável e as de renda fixa.
- Renda Fixa: são aqueles investimentos onde você já sabe qual será o fator de rentabilidade e o prazo do título de antemão;
- Renda Variável: são aqueles investimentos onde o retorno não pode ser mensurado de antemão, ou seja, pode haver uma variação positiva ou negativa a depender das expectativas do mercado.
Afora essa classificação, vou apresentar a divisão em subclasses das aplicações financeiras em ordem crescente de risco:
-
Títulos Públicos (Tesouro Direto)
-
CDBs (Certificados de Depósito Bancário)
-
LCI (Letras de Crédito Imobiliário)
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LCA (Letras de Crédito do Agronegócio)
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CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)
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CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
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Debêntures
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Fundos de Investimentos
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ETFs
-
Fundos Imobiliários
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Ações
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Derivativos
-
Criptomoedas
Além desses, existem os Fundos de Investimento, que não foram citados pelo fato de terem diversas classificações com um nível de risco diferente para cada uma delas.
Você pode ter acesso a esses e outros produtos financeiros através da corretora que você escolher.
Nela, você vai poder fazer um questionário para descobrir qual é o seu perfil de investidor. Assim, eles podem te indicar investimentos adequados a você.
Pronto, agora podemos passar para a alocação de cada um desses ativos na sua carteira de investimentos.
Construção da carteira de investimentos
Nesse momento, já sabemos a importância de uma alocação dos recursos de acordo com o nosso perfil e com os nossos objetivos e já reunimos o conhecimento necessário para podermos fazer a nossa própria alocação.
Portanto, para esse fim, precisamos seguir alguns passos.
Analise o seu perfil
Esse é o ponto de partida; se você não tomar decisões de investimento baseadas no seu perfil, você não terá tranquilidade ou perderá ótimas oportunidades;
Considere os seus objetivos
Esse é o ponto de chegada; saber para onde se está indo, é primordial para que você possa traçar o plano;
Trace uma estratégia de investimentos
Esse é o caminho entre seu momento atual e suas metas; sem um planejamento, você não vai alcançar seus objetivos ou vai demorar muito mais;
Escolha uma alocação de acordo com o seu perfil e com o seu objetivo
Esse passo diz respeito à escolha da proporção que cada classe e que cada subclasse de ativo terá na sua carteira;
Estude os ativos que comporão cada uma das classes
Esse é a garantia de que você fará os melhores investimentos, é a certeza de que você executará o passo anterior com eficiência.
Se a escolha dos ativos for feita com assertividade, seus objetivos poderão ser atingidos antes do esperado e com muito mais segurança;
Diversifique
Esse ponto é muito importante por dois motivos:
Você não precisa ter apenas um objetivo financeiro
Isso significa que a sua carteira não precisa estar alocada para a conquista de uma só meta.
O ideal é que você tenha vários ativos, sendo que cada um deles cumpre um propósito.
Diminuição do risco
Se você aumentar o número de aplicações na sua carteira, minimizará a possibilidade de perdas financeiras significativas, pois a desvalorização de um ativo pode ser compensada pela valorização de outro.
Mas, cuidado! A adição de um número excessivo de ativos afetará negativamente a rentabilidade do seu portfólio.
Rebalanceie
De tempos em tempos, faça o rebalanceamento da sua carteira.
É normal que uma classe valorize mais que outra, então o ideal é que você invista naquela que menos valorizou (ou até mesmo desvalorizou) para que a alocação inicial definida por você seja sempre mantida.
Por fim, quero dar alguns exemplos de alocações sugeridas por grandes investidores.
Exemplos de carteiras de investimentos
Benjamin Graham
Foi o mentor de Warren Buffett, o maior investidor de todos os tempos.
Segundo ele, podemos seguir uma regra orientadora que diz que o investidor nunca deveria ter menos que 25% ou mais que 75% de seus fundos em ações, com uma faixa inversa consequente de entre 75% e 25% em títulos públicos.
Ele continua dizendo que a divisão-padrão deveria ser igual, ou 50/50, entre os dois meios de investimento principais.
John Bogle
Autor do livro “O Investidor de Bom Senso”.
Ele recomenda que os investidores que estão na fase de construção de patrimônio devem se concentrar em um mix de ações/títulos de 80/20 para os mais jovens e 70/30 para os mais velhos. Por outro lado, se você está na fase da aposentadoria, ele sugere 60/40 para os mais jovens e 50/50 para os mais velhos.
Regra dos 80
Em seu livro Como Organizar sua Vida Financeira, Gustavo Cerbasi fala sobre a regra dos 80, que diz que você deve subtrair de 80 a sua idade e, assim, achar o valor do percentual que você deveria ter em renda variável.
Por exemplo, se você tem 30 anos, deveria ter 50% da sua alocação em ativos de renda variável.
A lógica por trás dessa regra é que à medida que vamos envelhecendo nossa capacidade de investimento aumenta e a de tomar risco cai.
Alguns investidores mais agressivos usam a regra dos 90 ou dos 100.
Conclusão
“Investir é arriscado, mas não investir é mais arriscado ainda.”
– John Bogle
Como disse John Bogle, mesmo com todos os riscos inerentes aos investimentos, não é investir é muito mais perigoso para o nosso futuro financeiro.
Contudo, se tomarmos a decisão de rentabilizar nosso dinheiro, devemos buscar fazer isso da melhor maneira possível: com segurança e consistência.
Nesse sentido, há a necessidade de conhecer seu perfil e seus objetivos para que seja possível traçar uma estratégia de investimento adequada a você.
Além disso, o estudo constante não pode ser negligenciado, pois você precisa garantir que sua estratégia será vencedora.
Se você seguir todas essas dicas e orientações, temos certeza de que seus objetivos serão alcançados e seu futuro será muito mais próspero.
Fonte: Mobills (by Toro) - 08/09/2023