O que mais pega para mim — e para muitos empreendedores — é a armadilha do mito do empreendedor, como Michael Gerber descreve no seu livro: “O mito do Empreendedor”. A ilusão de que, porque alguém sabe fazer bem algo técnico (cozinhar, programar, cortar cabelo), está automaticamente preparado para gerir um negócio.
A realidade é que a maioria dos pequenos empresários está ocupada demais trabalhando no negócio, apagando incêndios diários, sem conseguir trabalhar para o negócio, ou seja, construir uma empresa que funcione sem depender deles para tudo.
Isso gera um ciclo: falta tempo para planejar, investir em conhecimento ou até respirar.
Junta-se a isso a escassez de recursos, o medo de errar, e o peso emocional de carregar tudo sozinho — e pronto, temos o terreno perfeito para frustração e estagnação.
A saída não é mágica, mas é possível: requer mudar o foco da operação para a construção de um sistema replicável, com processos, papéis claros e um propósito maior. Gerber fala sobre criar um “protótipo de franquia”, mesmo que você nunca vá franquear — ou seja, uma empresa que funcione de forma previsível, sem depender do dono em tempo integral.
Complementando com Carol Dweck (Mindset), o primeiro passo é mudar o modelo mental: deixar o mindset fixo (medo do erro, necessidade de provar valor) e adotar o mindset de crescimento (aprender com falhas, investir em evolução contínua).
Próximo passo? Faça um diagnóstico honesto: você está mais técnico, gerente ou empreendedor? E depois, se comprometa com um plano de transição de função, como um arquiteto do seu negócio — não apenas o operário.
A travessia não é fácil, mas com clareza, estrutura e apoio certo, é totalmente possível.
Está aí os meus centavos de contribuição. A empresa que trabalho hoje, se chama EAG Educação, nosso propósito é ajudar empresários, donos de pequenas e médias empresas a vencerem o mito do empreendedor através de cultura, liderança e gestão.