Em um tempo em que o tempo ainda não existia como o conhecemos, a Terra era uma entidade única e indivisível. Um supercontinente, a Pangeia, abraçava toda a massa terrestre em um abraço eterno, cercado por um oceano primordial, o Pantalassa. As águas, imensas e profundas, espelhavam a imensidão do tempo que ainda estava por vir.
O Pantalassa era mais do que um oceano; era um útero cósmico, onde a vida brotou em suas formas mais primitivas. Criaturas bizarras, com escamas que cintilavam como estrelas e olhos que penetravam as profundezas da alma, deslizavam pelas águas, deixando rastros de mistério e beleza. O Pantalassa era um labirinto de corais, um jardim submerso onde a vida florescia em cores e formas inimagináveis.
Mas a Terra é um ser inquieto, em constante transformação. As placas tectônicas, como gigantescos quebra-cabeças, começaram a se mover, lentamente, inexoravelmente. A Pangeia, então, começou a se fragmentar, como um espelho que se quebra em mil pedaços. O Pantalassa, em resposta, se dividiu em oceanos menores, cada um com sua própria história e suas próprias criaturas.
A separação da Pangeia foi um luto cósmico. As criaturas que habitavam o Pantalassa foram dispersas pelos novos oceanos, levando consigo um pedaço da história da Terra. Algumas se adaptaram, evoluindo para formas de vida completamente novas. Outras, incapazes de se adaptar, foram extintas, deixando para trás apenas fósseis como testemunhas de um passado glorioso.
Hoje, a Pangeia e o Pantalassa são apenas memórias, ecos de um tempo que não mais existe. Mas suas marcas estão impressas na face da Terra, nos continentes que se encaixam como peças de um quebra-cabeça e nos oceanos que guardam os segredos da vida.
A história da Pangeia e do Pantalassa é um lembrete de que a Terra é um organismo vivo, em constante mudança. E que, assim como a vida, a Terra também tem um ciclo: nascimento, crescimento, morte e renascimento.
Que outras histórias a Terra ainda guarda em suas profundezas?
Que novas criaturas surgirão nos oceanos que um dia foram um só?
O futuro da Terra é um mistério, mas uma coisa é certa: a mudança é a única constante.
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