Oi pessoal. Eu me chamo Jessica, tudo bem?
No dia 3 de dezembro é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Eu tenho baixa visão, ou seja, vejo cerca de 20% do que uma pessoa que tem a visão boa vê.
Existem muitos desafios em ser deficiente visual, muitos tombos nas calçadas por conta das ruas irregulares da vida, muitos ônibus perdidos porque quando vejo o letreiro, ele já tá muito perto e o motorista não quer parar, ou às vezes quando fui parar em lugares totalmente desconhecidos por pegar o ônibus errado.
E esse são apenas alguns dos desafios que encontro.
De acordo com a ONU, aproximadamente 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil, de acordo com dados do censo do IBGE 2010, existem 45,6 milhões de indivíduos que se declaram com deficiência, o que corresponde a quase 24% da população. O dia de hoje tem como objetivo sensibilizar e fomentar uma reflexão, em nível mundial, a respeito dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência.
Acredito que a melhor forma de ajudar uma pessoa com deficiência é perguntando e sempre ter empatia!
A gente não morde não, tá? Pode perguntar um “Eu posso te ajudar?” Vale muito mais do que uma pessoa que sai te puxando pelo braço com uma cara de pena.
As vezes preferimos fazer as coisas sozinhos, e nos sentirmos independentes, por isso, não se ofenda caso uma pessoa com deficiência negue sua ajuda, não é nada pessoal.
As pessoas se assustam, olham com pena e às vezes até com desconfiança quando me veem com minha bengalinha verde carinhosamente apelidada de mutano.
O mercado de trabalho é um desafio à parte, já trabalhei em empresas que me davam suporte zero, ou que me tratavam como coitada, já estive em uma empresa onde até me disseram que tinha que agradecer por ser deficiente visual e não precisar realizar certos tipos de atendimento.
Sempre me fizeram sentir que não importava o quanto eu me esforçasse, eu não seria o suficiente e que estava ali basicamente para cumprir cotas.
Passei por diversas experiências que me tornaram uma pessoa mais forte e preparada!
Aqui no Nu já é diferente. Eles me dão suporte e me veem como uma pessoa que pode contribuir e evoluir, se algo não está funcionando, eles trabalham junto comigo para encontrar uma solução que fique confortável para mim, me ensinaram a falar “Oi, tudo bem? Isso aqui não funciona para mim não. Como podemos resolver?”, coisa que em anos trabalhando em empresas tradicionais, eu fui ensinada a não fazer.
Agora, eu me sinto realizada, pois eu posso me envolver em projetos e sinto que tenho voz e que sou reconhecida por meu trabalho, pois as vezes a gente que tem deficiência, precisa dar 110% para sentirmos que merecemos estar onde estamos e que somos mais do que capazes de lidar com as nossas atribuições, e isso é um diferencial para mim, é mágico.