A Magia dos Porquinhos de Barro

Havia um tempo em que a tecnologia ainda não havia invadido por completo a minha vida. Um tempo em que a simples alegria de guardar moedas em um porquinho de barro era capaz de despertar a minha imaginação e a minha esperança.
Lembro-me das tardes ensolaradas, correndo para casa com as mãos sujas de terra, a mochila nas costas e o bolso cheio de moedas. Cada centavo era um tesouro a ser guardado com cuidado, um pequeno passo rumo à realização de um grande sonho.
O porquinho de barro era mais do que um simples recipiente. Era um companheiro fiel, um confidente silencioso. Com cada moeda que entrava em sua fenda, um novo sonho ganhava vida. Às vezes, era uma bola de futebol nova, outras vezes, um brinquedo que havia visto na vitrine de uma loja.
A espera para que o porquinho ficasse cheio era longa e tortuosa. Mas a cada moeda e cédula depositada, a ansiedade crescia e a expectativa se intensificava. Quebrar o porquinho era um ritual mágico, um momento de grande expectativa. Com o coração palpitante, eu observava cada moeda que caía no chão, sentindo uma mistura de alegria e tristeza. A alegria de ver meu sonho se realizando e a tristeza de saber que aquele tempo de espera havia chegado ao fim.
Os porquinhos de barro eram mais do que objetos. Eram símbolos de esperança, de persistência e de sonhos. Eram um lembrete de que, com um pouco de esforço e dedicação, era possível comprar um novo brinquedo.
Hoje, a tecnologia me oferece diversas formas de guardar dinheiro, mas nenhuma delas consegue transmitir a mesma magia e a mesma sensação de realização que um porquinho de barro.
Mas, e você caro leitor, tem alguma lembrança especial de um porquinho de barro?

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Amei o texto! Já tive um cofrinho de gesso e consegui juntar uma boa grana nele até rápido; levei apenas alguns meses. Só não me lembro no que gastei o dinheiro depois.

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