Foco de estatal é bem estar público, não é dar lucro.
Correios da Itália, Canadá, Reino Unido, EUA e vários outros operam no prejuízo.
Tudo depende da narrativa: nos EUA ninguém nunca falou que NASA da prejuízo, a narrativa é que é investimento em tecnologia, mesmo que gasto anual fique 1 bilhão negativo.
Morei no Japão e ninguém tem narrativa tosca de privatizar o que é estatal. Pessoal acredita em conto de fadas.
Todas peças de computador que comprei no Kabum, Terabyte e Pichau so chegaram inteiras pelo Sedex, pelos concorrentes privados só tive peça quebrada e dor de cabeça, reclame aqui não mente.
No meu caso, a experiência foi justamente o contrário, já tive várias encomendas roubadas antes da entrega, entre elas 3 celulares e um garfo de bike. O Mercado Livre dá um show entregando com rapidez em qualquer canto do país.
A única vantagem dos Correios são suas embalagens para quem faz sedex, enquanto nas empresas privadas isso fica por conta do vendedor e nem todos tem o cuidado de embalar com o mínimo de qualidade.
Concordo, Mercado Libre é uma exceção, sempre comprei, centenas de vezes, 1 ou 2 problemas no ano, no máximo.
Mas até nos EUA tem muitos vídeos de reclamações das entregas privadas. Tem canal de YouTube e tiktok só disso.
No Japão eu usava o Post Bank, que é estatal, banco e correios juntos, justamente para não dar tanto prejuízo. Conta de banco e correios no mesmo lugar. Por lá usa muito fax ainda e senha de Internet banking vem por carta apenas. Tudo custo zero de tarifas. Só investimento no Japão que era impossível, quase toda renda fixa lá é negativa. Deflação.
A sua ideia de que estatais como os Correios focam no bem-estar público, não no lucro, faz sentido, mas não podemos ignorar a sustentabilidade financeira.
A missão social de atender 5.567 municípios, com 85% das unidades no vermelho, é crucial, mas prejuízos de R$2,6 bi (2024) e R$1,7 bi (Q1 2025) ameaçam essa função. Supersalários de diretores (R$46.300/mês), ineficiências e queda de receita (R$2,2 bi a menos) pioram o quadro.
Do jeito que muitos cargos de gestão são por indicação política, acho que essa percepção de que os Correios devem ser privatizados não vai mudar. O único jeito seria forçar os políticos à criarem leis ondem os cargos de gestões das estatais deveriam ser ocupados apenas por funcionários de carreira.
Bem-estar público e equilíbrio financeiro não se excluem, mas precisam de gestão eficiente.
Com o governo entregando os serviços básicos (saúde, educação e segurança) de qualidade, realmente o pessoal do Japão não tem motivos pra querer privatização de estatal. E tenho certeza que quem gere as estatais do Japão deve o fazer com qualidade e eficiência, seja por questões culturais ou legais.
Taxar investimentos que impulsionam a Economia não é aumentar a arrecadação, mas tirar de um lugar para colocar em outro. Vão receber algo mais em um momento, para receber menos em outro. Nonsense.