Vale muito a pena ler!

Vogue Business: conheça a empresária Cristina Junqueira, da Nubank

Com apenas 33 anos, ela é a única sócia brasileira e mulher da emissora de cartões que vem sacudindo o mercado, em sintonia com a era digital


Em 2013, grávida da primeira filha, a empresária Cristina Junqueira entrou em trabalho de parto no meio de uma reunião. Já na maternidade, respondeu a e-mails entre uma contração e outra. Voltou a trabalhar uma semana depois do nascimento de Alice . “Foi duro. Fiz o que tinha que fazer naquela hora, mas não me orgulho. Algumas coisas poderiam ter sido diferentes”, reconhece.

Por trás do esforço hercúleo, estava o lançamento do projeto profissional de sua vida: Cristina, 33 anos, é a única brasileira (e mulher) entre os três sócios da Nubank, emissora de cartões de crédito sem taxas, com juros até cinco vezes abaixo da média do mercado e comunicação simples e direta com o cliente - tudo feito a partir de um aplicativo, que fornece informações detalhadas sobre os gastos.

Em três anos, a empresa recebeu quase US$ 100 milhões em aportes (grande parte deles vindos do Sequoia Capital, um dos maiores fundos investidores do mundo, com clientes como Google e Facebook, para ficar só nos mais conhecidos).

Hoje, já são 360 pessoas na equipe da Nubank, cuja sede fica em um prédio na esquina da Avenida Rebouças com a Rua Capote Valente, no bairro paulistano de Pinheiros. Com food truck na porta, paredes grafitadas e mesas de pebolim, a sede parece tudo, menos uma emissora de cartões - a média de idade dos funcionários, vale dizer, é de 26 anos.
A Nubank é uma fintech, nome dado às empresas de tecnologia com foco em serviços financeiros que estão revolucionando o mercado. Hoje, tem fintech de tudo: algumas oferecem microcrédito, outras fazem o link entre quem quer empreender e quem quer investir em novos projetos. Até mesmo os aplicativos que ajudam você a administrar as finanças pessoais são considerados fintechs.

O que há em comum entre todas elas é que, ao apostarem no universo digital, conseguem operar a custos baixos (não têm agências, não imprimem em papel) e usar de forma inovadora um enorme banco de dados (ou big data , para usar o termo do momento) para escanear completamente nossas vidas e, assim, customizar taxas para cada cliente.

A Nubank já teve mais de 2 milhões de pedidos de cartão. Pedidos. Porque cada um deles é analisado e só quem tem o perfil de bom pagador recebe seu cartãozinho roxo em casa. Cristina não divulga quantos clientes já tem, mas dá uma pista da velocidade em que o negócio cresce: este mês, vai chegar ao resultado que os sócios achavam que atingiriam em 2019. “Sei da grande responsabilidade que tenho por ser uma mulher liderando um negócio de sucesso na área de tecnologia, que é essencialmente masculina”, diz.

Tudo na vida de Cristina parece um pouco precoce. Paulista de Ribeirão Preto, ela foi ainda bebê com os pais para o Rio. Se formou no tradicional Colégio Santo Inácio e, aos 17 anos, mudou-se sozinha para São Paulo.
Na cidade, estudou engenharia de produção na USP, enquanto morava em uma república no Paraíso, num esquema “quatro mulheres e um banheiro”, lembra. Depois, fez mestrado em engenharia na Escola Politécnica da USP e, em 2007, mudou-se para Chicago, onde cursou o MBA em finanças e marketing na Kellogg School of Management, uma das mais prestigiosas faculdades de administração dos Estados Unidos.

Logo depois de formada, a brasileira foi entrevistada em Nova York por Pedro Moreira Salles (“um dos homens mais brilhantes que já conheci”). O empresário, então presidente do Unibanco, estava recrutando jovens talentos saídos dos MBAs americanos.

Cristina voltou para o País depois da oferta irrecusável para que escolhesse a área do banco onde queria trabalhar. Decidiu-se pela parte de seguros para pequenas e médias empresas, que não dava dinheiro lá dentro. Já entrou num posto de liderança, como superintendente de negócios - o integrante mais jovem de sua equipe, de 20 pessoas, era mais velho que ela.

Em apenas um ano, o negócio virou. Quatro anos e duas mudanças de cargo depois, Cristina foi chamada para desenvolver um projeto na área de cartões, mas suas ideias disruptivas não bateram com as do banco. Não pensou duas vezes: pediu demissão.

Seus sócios na Nubank são o colombiano David Vélez e o americano Edward Wible que, assim como ela, têm menos de 40 anos. Juntos, eles ouviram inúmeras vezes que seria impossível colocar de pé um projeto tão inovador.

Nem ligaram: investiram dinheiro do próprio bolso e, no começo, faziam todas as tarefas da empresa - o 0800 da Nubank, hoje atendido por um time de 200 pessoas, caía direto no celular de Cristina.

A parceria e o conhecimento de mercado do trio fizeram com que o negócio andasse rápido. E, no modelo que criaram, o boca a boca vale bem mais que uma ação de marketing: “Cada um de nossos clientes nos traz, em um ano, 2,5 novos clientes em média”, conta ela. Entre os cinco valores praticados pela empresa, o que mais gosta é “ be hungry and challenge the status quo ”.

Fonte: vogue/business

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História incrível :heart_eyes:

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Que tópico maravilhoso, mostrando o poder feminino :star_struck::purple_heart:

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isso aí, @eita.camila ah Cris é um dos grandes exemplos, sou muito fã dela!

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Sigo ela no insta, show de bola! :clap::purple_heart:

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Caramba! Que merda ter que trabalhar quando se está trabalho de parto. A mulher nessa sociedade patriarcal faz o dobro para ter o reconhecimento mínimo. Isso é desumano e não tem nada de heroico. É foda.

Ainda assim é uma história que pode inspirar várias pessoas. Que possamos ter oportunidades para crescer assim. <3

Parabéns a Cristina e aos fundadores do Nubank.
Sempre crescendo a cada dia :purple_heart:

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