Quase dois anos como cliente; cerca de R$ 15,000 em faturas pagas (em dia) não parecem os bastante para que o cliente tenha um tratamento digno por parte dessa instituição financeira.
Assim como >apenas< 13 milhões de brasileiros, estou desempregado. Após alguns meses nessa situação chegou o fatídico momento em que suas reservas se vão (quando elas existem) e as contas começam a acumular. Obviamente a barriga de sua família e dos 15 gatos sob seu cuidado ligam para isso, portanto, não há outra opção senão o cartão de crédito.
Em pouco mais de 30 dias fui de um primeiro contato por parte do Nubank, no qual o educado-cool-millenial atendente me alertou quanto ao risco de ter o “roxinho” bloqueado, até o seguinte cordial e-mail:
"Estamos tentando diversas formas para te ajudar a quitar sua dívida com a gente. Como até agora não conseguimos nenhuma forma de acordo, temos que seguir com esta notificação extrajudicial.
Não gostaríamos de usar medidas judiciais para solucionar esse caso e queremos evitar procedimentos que possam trazer maiores consequências."
Após indignação inicial me perguntei: que tipo de “medida judicial” (além do envio para o SPC/Serasa) poderia um banco aplicar à um cliente com débito irrisório e ordinário, tal qual uma fatura de cartão de crédito?
Creio eu que: nenhuma. E o Nubank tem a plena noção disso, mas me parece que isso pode ser ignorado se o que se pretende é assediar e assustar o inadimplente incauto.
Já era de meu conhecimento que as instituições bancárias usavam de juros semelhantes (ou superiores) à agiotagem, mas que passaram a incorporar suas práticas de cobrança, isso me é novidade. Devo temer?
Quanto aos contatos de cobrança:
Urge ao Nubank atentar ao serviço prestado pelo terceirizado. Não entrarei no mérito de ligações diárias e repetitivas mesmo após informar ao atendente que não, não tenho como realizar o pagamento em aberto; não, não consigo pagar o mínimo; não, não tenho previsão de quitação dos débitos.
É notório que agentes de cobrança usam a tática de ligar para o cliente e desligar após resposta, mas essa semana fui introduzido a sua nova forma: o cliente atende, lhe é solicitado que aguarde, para então a ligação ser encerrada. Por fim, como tudo que bom pode ficar ótimo, ao atender chamada, me foi pedido que aguardasse, após segundos, para minha surpresa, retorna outro atendente supostamente encerrando um atendimento que SEQUER havia sido realizado, agradecendo em nome do Nubank pela minha atenção.
Estou desempregado e em busca de emprego, aguardo contato em resposta às vagas que me candidatei. Se não posso pedir que as chamadas parem, gostaria que, ao menos, fossem efetivas. Me causa estranheza uma empresa pretensamente moderna usar de expedientes tão ortodoxos e ridículos, para não dizer humilhantes.
Não me parece inteligente maltratar um cliente que, em breve, terá seu poder aquisitivo reestabelecido e estará ávido pelo consumo. Qual será a instituição bancária de sua preferência?
O que me atraiu no banco a quase dois anos foi justamente a facilidade e a ausência de taxas, mas, se esse for o preço a pagar, será melhor aceitar o cartão que o Itaú me oferece há anos.