O FGC protege mesmo?

Hoje, o FGC garante para todos investidores um “reembolso” de até R$250 mil por CPF por instituição financeira

Nas últimas semanas algumas reportagens trouxeram como destaques a rentabilidade que alguns CDBs do Banco Master estava pagando e isso levantou dúvidas sobre a saúde financeira do banco. A “conta” é simples, você só paga mais para um investidor se estiver precisando muito do dinheiro. Será? O assunto Master ficará para outro dia, mas a questão aqui é se vale investir ou não em títulos de bancos que podem não estar tão saudáveis apostando que, em caso de uma eventual crise, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) pagará o montante principal + a rentabilidade.

Antes vamos relembrar o que é o FGC e já começando pela afirmação de que ele não é uma instituição pública que visa proteger os inocentes investidores, mas sim uma instituição privada, criada e organizada pelos maiores bancos para trazer estabilidade, garantia e segurança ao mercado, inclusive cobrindo perdas de bancos menores.

O Fundo Garantidor de Crédito foi criado em 1995 para trazer estabilidade e segurança ao sistema financeiro. Aqui vale lembrar que um banco empresta para o outro, que empresta para o outro e que, no fim, empresta para outro. Em casos de insolvência do emissor, há o risco de um efeito dominó. Para quem viveu o começo do Plano Real lembra da preocupação com a nova moeda, com as instituições e consequentemente, um efeito dominó caso um banco viesse a quebrar. Ou seja, o fundo foi criado para proteger as próprias instituições financeiras, mas também aos investidores.

É obvio que ninguém em sã consciência resolve criar um fundo e investir dinheiro para garantir aos investidores uma segurança em caso de quebra de um outro banco. Acontece que o valor que essas instituições começaram a depositar no fundo ficou muito, muito grande em relação aos valores que saiam quando alguma instituição quebrasse e por isso começou a ser cada vez mais fácil garantir uma segurança maior no sistema.

Hoje o FGC garante para todos investidores um “reembolso” de até R$250 mil por CPF por instituição financeira. Ou seja, você pode ter R$ 250 mil no Banco do Zezinho e outros R$ 250 mil no Banco da Mãe Joana e se os dois quebrarem você receberá esses valores de volta pelo FGC. Se você tiver R$ 251 mil em um deles, o máximo é sempre R$ 250 mil.

Bônus: esse valor de R$ 250 mil considera o valor do seu título, quanto está valendo aquele produto no dia que quebrou e não quanto você colocou então entenda que podemos afirmar que “o FGC cobre o valor de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira mesmo se tiver rendimento nesse valor”. Em termos práticos, vamos supor que você investiu R$ 100 mil no Banco do Zezinho em um CDB e ele foi rendendo, rendendo e ai PAH, quebrou e seu CDB já valia R$ 220mil. Pode comemorar, você vai receber o valor total de R$220 mil.

Por conta desse fato de incluir o rendimento na conta do “até R$ 250mil” muitos investidores estão investindo em CDBs de bancos menores ou de piores situações econômicas, mas que pagam taxas altíssimas, torcendo para que se for quebrar, que demore o máximo para que o título renda bastante. E lógico, sem passar os R$ 250 mil por CFP.

Alerta: é necessário prestar atenção ao conceito de conglomerado: são instituições que fazem parte do mesmo grupo financeiro. Dessa forma, se uma pessoa tiver R$ 150 mil investidos em um CDB do banco X por meio de uma corretora e outros R$ 200 mil em CDBs do mesmo grupo financeiro do banco X, porém comprados por meio de outra corretora, só terá direito a receber R$ 250 mil do FGC se houver uma quebra.

Parece bom demais pra ser verdade e é! Os únicos pontos de atenção que o investidor tem que ter é que além de não poder passar os R$ 250mil e avaliar se instituições fazem parte de um mesmo grupo, há um limite de R$ 1 milhão a cada 4 anos. Se “gastou” R$ 250 mil ela ficará com um “possível reembolso” de R$ 750 mil até que passe 4 anos do primeiro reembolso.

“Ahhhhh mas e se demorar anos para receber” – não há um prazo especifico para o pagamento mas com média no histórico esse prazo está beirando 3 meses no máximo.

Hoje, o FGC tem mais do que R$ 130 bilhões à espera do próximo caso ou do mercado inteiro quebrar… e daria para pagar. Alguns estudos mostram que o FGC ficou tão grande que esse valor equivale a 2x o valor que teriam que reembolsar em caso de quebra de todos os bancos de segunda linha.

Indo na contramão de alguns analistas que preferem não se expor em ativos mais arriscados mesmo com a proteção do FGC, eu acho que com prudência e fazendo conta a matemática do FGC + rentabilidade pode valer muito a pena.

Matéria Original: O FGC protege mesmo? Entenda se vale comprar títulos arriscados sabendo que existe a proteção

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Já precisei, inclusive, bem no meio da pandemia, e foi tudo bem.

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Já precisei utilizar e apesar de um tanto demorado para reaver os valores investidos, deu tudo certo.

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Felizmente a reputação atual do FGC está boa e tem atendido com sucesso todas as reclamações:

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No meio da pandemia, fiz uso do FGC, via Bradesco na época, e deu tudo certo.

Só não foi perfeito, pq o pessoal da agência, na minha cidade, não sabia lidar com a burocracia do acesso ao fundo, mas com um pouco de paciência e três idas na agência, deu tudo certo.

No geral, fiquei satisfeito e confio, sim, no FGC.

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Eu tenho as minhas ressalvas, sobre confiar no FGC…

E em uma delas, além de pouca informação que encontrei, a minha confiança parte daí; Informações.

  • 1° A liberação do valor, apesar de um fundo bem capitalizado depende de algum órgão específico? Julgo, por natureza civil/criminal se promulgado a falência da empresa responsável, a liberação do capital ao CPF’s dos respectivos clientes (Não encontrei, nada sobre!)

  • 2° A ordem e priorização da liberação do valor, sobre quem tem peso maior no CPF.

Existem outras, mas, como ainda nunca precisei, tenho ainda sim, as minhas ressalvas, dúvidas malucas, justamente por um órgão competente se assegurar dos meus ativos.

Bom. Seja certo ou errado, a confiança deixou de existir, quando um tal qual ser humaninho retirou dinheiro dos aposentados nos anos 2000.

  • O que me garante ter um seguro protegido? :thinking:

Bom, começando com uma ementa na lei já me assegura que ninguém poderá toca-lo…

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Acho que pra situações envolvendo instituições menores o FGC realmente protege bem os valores investidos. Agora se um Bradesco da vida quebrar, aí são outros quinhentos, duvido muito que o FGC segure a barra.
Eu já precisei deles na época da liquidação extrajudicial do Banco Neon (antigo Banco Potencial) e recebi em menos de um mês todos os valores que estavam em CDB, porém perdi todos os rendimentos do período. Por isso mesmo, se uma instituição tem um risco muito elevado, prefiro não ficar contando com o FGC.

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Ainda não precisei usar. E por mais que seja confiável, ainda assim, prefiro nunca ter que utilizar.

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Estou em linha com você @Dieguito

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Bancos como o Bradesco, Itaú e até o Santander são grandes de mais pra “deixar quebrar”, quero dizer, se um deles vier a falir, afetará todo o sistema financeiro gerando um colapso geral levando todos os outros junto.

Eu falei “deixar” porque é possível do governo intervir em um possível cenário desse tipo para evitar esse colapso na economia, pois as consequências seriam enormes.

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FGC é como qualquer seguro. Temos, mas melhor não precisar usar. :sweat_smile:

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