Eu podia começar esse texto dizendo como o mundo é cor de rosa e lindo e como ser mãe de menina é maravilhoso.
Eu podia.
Eu podia dizer também, como minha vida mudou para melhor por acompanhar o crescimento da minha filha de perto, por fazer home office (o sonho de muitos, realidade de poucos), por almoçar com ela, trabalhar e dar uma pausa de 5 min para ir até a porta do quarto e ver se ela ainda está dormindo, se quer comer, ver tv, qualquer coisa.
Eu deveria.
Todas essas coisas que eu citei acima são erradas? Com certeza não.
Nada paga o prazer de poder fazer isso pela minha menina, POR MIM, todos os dias!
As coisas estão diferentes no mundo agora, é fato, mas essas pequenas coisas… Ah, essas pequenas coisas, que eu deveria gritar aos quatro cantos, mas guardo para mim em respeito aos demais. Essas coisas fazem a diferença pra mim.
E não, eu não guardo pra mim por egoísmo. É que quando você se torna mãe, muitas coisas nascem com você, além do filho, claro, rs.
Uma delas é a empatia, a compaixão por quem não vive a mesma realidade que a minha. Nasce outro sentimento também: O sentimento de que outras mãezinhas possam vivenciar o mesmo que hoje é um privilégio pra mim.
A gente nunca vai encontrar uma empresa, um lugar que seja 100%, porque elas são feitas de pessoas e as pessoas também não o são, mas podemos nos unir a locais que tenham o mesmo princípio, a mesma cultura, a mesma visão.
Eu me orgulho de fazer parte de uma empresa que fez um local para amamentação, depois de ver uma mãezinha amamentando sua filha sem muito espaço. Me emociono ao contar para as minhas chefes que a Laura está doente e escutar: “Dani, cuide dela, faça o que for preciso. Seguramos as pontas por aqui.” Me alegro, ao ver que outras mães que estavam em situações desfavoráveis, foram ouvidas, tiveram suas agendas alteradas, tudo em prol do maternar.
Eu não to aqui pra dizer que é fácil ser mãe, ser profissional, ser mil em uma.
Eu poderia, eu deveria, mas não tenho como fazer isso.
Na verdade, eu to aqui pra dizer como isso tudo é difícil. Como equilibrar todas essas funções na balança da vida é quase impossível!
Difícil, mas recompensador. Quase impossível, mas… Eu sou mãe. Me dá 5 minutinhos e 3 respirações profundas, rs.
Já dizia minha vó: Ser mãe, é padecer no paraíso!
O meu paraíso, o que eu guardo da forma menos egoísta possível, é esse: Escutar mãe umas 100x de uma reunião pra outra, ou um choro porque queria leite, ou porque quer assistir Frozen pela milésima vez.
Fazer meus relatórios e não perceber que uma cabeça cacheadinha apareceu na câmera, enquanto todos me dão oi e eu estou me sentindo popstar, sem perceber que na verdade a verdadeira estrela é ela, haha
É ver os meus colegas de trabalho me incluírem, trocando os fundos de tela pra fazê-la sorrir.
Se ela fica comigo 100% todo dia, o dia todo? Não. Nem mesmo sendo uma super heroína eu daria conta. Tenho a minha rede de apoio e sou muito grata. Uma sogra que ajuda muito e um marido que faz o seu papel de pai. E o Nubank, que de forma tão indireta, também se tornou parte dessa rede. Então, nesse dia das mães, eu queria agradecer a todos que me ajudam a tornar essa experiência de criar um ser humaninho mais leve. E deveria pedir desculpas também. Por cada reunião que eu atrasei, ou pelos microfones no mudo, pois estava (im)pacientemente esperando ela me contar uma coisa só dela. Pelos brinquedos que aparecem na minha mesa, ou as músicas infantis ao fundo, rs
Eu poderia, até deveria pedir desculpas.
Eu deveria.
Mas estou muito ocupada, colecionando momentos, guardando memórias. Como essa aí, no meu horário de almoço, há 5 minutos de uma reunião importante, lendo pra ela o mesmo livro com que aprendi a ler, aos 6.
Então, em todo caso, valeu Nubank, por me ajudar com isso.
Ah, aproveito o espaço pra avisar: eu vou atrasar 5 minutinhos para a próxima reunião. É que essa parte do livro é a nossa preferida!
(Laura, chocada ao perceber que o Rei Bigodeira não queria sair da banheira. 2021)
Feliz dia das mães!