Oie gente, tudo bem com vocês?
Semanas atrás, nós começamos a falar um pouco sobre a história dos empréstimos no mundo (Uma Breve História dos Empréstimos no Mundo - Parte 1) , e terminamos falando sobre a Índia, onde vimos as primeiras casas de câmbio voltadas para empréstimos.
Hora de entrar na nossa máquina do tempo roxa e ir para a Europa, mais especificamente para o período da Idade Média, conhecido por muitos como a Idade das Trevas. Mas será que realmente era um período tão tenebroso?
Nos acostumamos a ver o período medieval retratado em diversas mídias como filmes, livros e games, mas quase sempre numa ótica negativa. Aconteceram sim casos de violência, perseguições e injustiças no período, só que hoje sabemos que a proporção e frequência deles não é tão diferente de outros momentos da história, por isso vários historiadores não falam mais dessa época num tom tão pejorativo.
O importante para o nosso tema é que vamos ter novos debates sobre como o empréstimo deveria funcionar, por exemplo: quando e como cobranças de juros podem ocorrer.
Não é uma discussão que surgiu nesse período, temos, por exemplo, registros de Aristóteles na Grécia antiga sobre o tema, só que levando isso para um lado obviamente mais filosófico, discutindo por exemplo o que pode ou não gerar valores, e como a cobrança de juros se relacionavam com essa visão.
Ao final desse período, o Renascimento vem trazer uma nova visão para as artes e para como o homem se via diante do universo. Durante esse momento começam as grandes navegações, e a descoberta de territórios até então desconhecidos pela Europa, um mundo novo surge, e conceitos do passado são refeitos. Tipo aquela reação que a gente tem quando descobre que o Nubank não cobra taxa de manutenção ou anuidade, que não precisa mais pegar filas, enfrentar burocracias, e que não precisamos mais ficar quase nus para passar por uma porta giratória?
Esse período foi importante porque a Europa passou a acumular capital das riquezas que extraiu dos novos territórios. Lembrando que para você poder emprestar dinheiro, primeiro precisa tê-lo, certo? Sendo assim, a partir deste momento o velho continente acumula uma quantia considerável de capital que, séculos depois, foi essencial para a Revolução Industrial.
A Revolução Industrial mudou a percepção de consumo do mundo, já que passamos a consumir muito mais produtos industrializados. Com novos produtos e necessidades, o trabalho muda, e como lidamos com o dinheiro também. Teremos inúmeros avanços em descobertas científicas por causa do investimento intenso que acontece, e veremos o crescimento de diversos bancos pelo mundo, principalmente na Europa, que direcionam linhas de créditos para esses e novos setores. O mundo que antes era majoritariamente rural, passa a se tornar cada vez mais urbano.
É muito curioso pensar como as variações de empréstimos modificaram tanto o mundo e o modo que vivemos. Os tempos modernos chegaram, as máquinas estavam a todo vapor, mas outra grande revolução já está a caminho. Nas próximas semanas veremos como ela vai mudar ainda mais nossas vidas.
O que antes era feito presencialmente em bancos, com filas enormes, passa a ser feito na palma da sua mão.
Nos vemos na próxima semana pessoal!