O Nubank errou

Como diz o título do tópico, Nubank errou!

Se não tivesse errado não se desculparia.

Errou, mas pelo menos assumiu e se desculpou, o que não o isenta de ter errado, mas só o fato de reconhecer já é um bom passo. A posição do Nubank em pedir desculpas assumindo o erro pra mim foi louvável, confesso que esperava isso da empresa, principalmente depois que li um tópico aqui na comunidade criado por um Nubanker o qual eu presumi que isso aconteceria. A carta emitida e assinada pela diretoria no blog do Nubank, apenas reforça o fato, e tomara que o que foi dito ali, seja real e o Nubank tome outro rumo nesse sentido. Não sabemos o que será do Nubank a partir dessa entrevista, do que ela refletiu, mas tenho certeza que muita gente se feriu e não apenas negros, afros ou seja lá qual for a côr, e talvez ainda coubesse algo mais ao Nubank que um simples cancelamento de cartão/conta, mas isso só vamos ver mais pra frente.

Independente da pergunta, se foi pegadinha, insinuante ou não, quem respondeu deveria ter o mínimo de cautela na resposta, e com inteligência, até “reverter o jogo”, passando a situação complicada para a entrevistadora, mas não o fez, talvez não teve a mesma perspicácia.

Mas é, esse é um assunto delicado, que muitas vezes as pessoas se deixam envolver pelo apego, amor ao produto e esquecem o lado humano e racional, chegando até a assumir que é racista (vi membros falando isso aqui na comunidade) para defender a marca, não sei até que ponto é verdade, mas que cada um é dono de sua opinião, então vamos respeitar.

Por fim, parabéns ao Nubank por ter reconhecido o erro e se desculpado perante todos e bola pra frente, agora é ficar ligado para que não aconteça mais uma vez, em seja qual for a circunstância.

Contratem alguém apenas por cota, seja lá quem ela for, sempre deu certo… Deixem currículo e meritocracia de lado.

O NUBANK não errou e a Cristiana Junqueira foi mais uma vítima, sim, vítima de uma narrativa que se apropria de certas causas com a única finalidade de causar danos e rachas na sociedade.
Ninguém fala que a pergunta da jornalista foi extremamente capciosa e inundada de preconceito e racismo (sim, racismo velado também é racismo), de forma pragmática: A jornalista faz uma pergunta sobre o que o NUBANK faz para combater o racismo algorítmico, a Cristina (prefiro acreditar no lapso de ingenuidade) respondeu sobre o programa de treinamentos, sobre a dificuldade de encontrar pessoas qualificadas (isso ocorre em TODO o Brasil), e citou o fato do NUBANK trabalhar com tecnologias novas, pouco conhecidas no Brasil etc. a jornalista (com muita maldade, racismo e preconceito), rebateu questionando se o nível de dificuldade não era o problema, a Cristina respondeu o que tinha que ser respondido, nada mais do que o óbvio, não dá para nivelar por baixo, caso contrário a PESSOA (qualquer pessoa, ser humano), terá dificuldade de acompanhar a equipe.
Alguém pode me explicar o que tem de racismo nisso? Ou melhor, alguém pode me responder, porque ninguém se atentou ao fato da Cristina ser mulher e presidente de uma Fintech que tem 30 milhões de clientes, afinal pelo que dizem por ai, mulheres em cargos de liderança são minorias, alguém se atentou para a idade, o currículo e a trajetória dela no setor bancário etc. sendo mulher e inclusive no inicio do NUBANK estava grávida, por fim e não menos importante, alguém questionou porque raros são os casos de jornalistas negro(as) na bancada do “Roda Viva”.
O NUBANK tem funcionários de vários países, falam vários idiomas etc. os executivos tem currículos de peso, experiências em grandes players do setor bancário, investimentos etc.
A jornalista conseguiu o que queria, destruir a reputação de uma mulher que num país como o Brasil, conseguiu fazer o que homens, brancos etc. não conseguem e só conseguiu isso porque não nivelou por baixo, exigiu o melhor de todos, os melhores entre os melhores e isso não tem a ver com raça, gênero etc. tem a ver única e exclusivamente com um problema de cunho ESTATAL, quem deve cuidar de questões sociais é o Estado, as empresas até ajudam, criam programas etc. mas não podem e nem devem ir além disso, correndo o risco de nunca avançarmos como país, sempre precisando de proteção estatal (é a lógica da importação, defender a indústria nacional).
Vamos ao exemplo… um piloto precisa de X horas de voo para pilotar um avião, mas isso custa caro, é demorado, o nível de dificuldade é elevado etc. por isso temos poucos pilotos, vamos fazer assim, vamos reduzir o número de horas, reduzir os custos (consequentemente utilizar aeronaves velhas), vamos nivelar por baixo, assim teremos mais pilotos, uau.
Quem vai viajar de avião sabendo que QUALQUER PESSOA pode fazer um cursinho, nem precisa ser avaliado, talvez nem fazer voos práticos, somente em simuladores.
Questionar a desonestidade intelectual da repórter ninguém faz, pedir retratação ao programa por jornalistas tão mal intencionados, ninguém faz. Poderiam extrair muito da Cristina, mas optaram por tentar destrui-la.
Só para lembrar, vou surfar na onda e finalizar dizendo o óbvio: sou mulher, negra, Pedagoga e interprete de LIBRAS e já vi inúmeros profissionais que não conseguiam sequer acompanhar uma reunião via ZOOM porque tem dificuldades com informática, mas tudo bem, se elevar o nível não dá para contratar ou manter na equipe.

14 curtidas

Nem preciso dizer que seu comentário foi tão pragmático como a resposta da Cristina Junqueira, parabéns.

2 curtidas

Eu penso um pouco diferente quando o assunto é resolver os problemas do passado da forma com que se fala hoje em dia. Sou incrédulo quando vejo politicas sendo feitas do topo para a base, não acho que é assim que deva acontecer a luta contra o racismo estrutural, apesar de não diminuir a importancia dessa frente.

Acredito que a forma que o assunto vem sendo tratado hoje em dia só causa ainda mais divisões de classe, quando na verdade deveríamos pensar em políticas públicas e educacionais para a base do país como um todo, aí sim poderemos falar que estamos perto de acabar com o racismo estrutural.
Porém, acredito também que toda a força pode e ser faz necessária quando o tema é esse, quanto mais falarmos e mais vozes forem expostas a comunidade e preta terá oportunidades.

1 curtida

Sensacional @cmarcelo O Nubank é feito de PESSOAS! :open_hands: Dá para perceber isso em cada atendimento. Nada mais normal que errarmos. Nubank é gente como a gente!

Aprender com os erros e procurar evoluir é uma atitude brilhante, esperamos que depois de toda essa repercussão a companhia se reinvente mais uma vez e as veses é bom se espelhar em outrar companhias grandes e aprender com as mesmas.

Infelizmente nos dias de hoje o problema não é o erro em si, mas quem cometeu o erro, estamos vivendo a pior geração já existente nesse país, onde tudo que se fala sempre terá aquela cúpula dos mimizentos que irão polemizar tudo que não lhe convém, principalmente se quem cometeu o erro for pessoas bem sucedidas… triste realidade…

Muito legal a alegria da diversidade estampada nesta foto.

4 curtidas

Ela falou a verdade. A verdade dói, mas é necessária para mudanças.

Vi várias fotos desse tipo estampadas nas redes sociais e eu não fazia ideia disso. Tudo muito lindo né? Sqn.

Gente, vamos deixar para os negros decidirem se foi racismo ou não!? Pq se não te dói na carne, vc não pode mensurar a dor alheia!!!
Se a própria empresa se pronunciou é pq algo realmente aconteceu!
A nubank é incrível, porém toda empresa e gestores podem errar, é normal até…

Mas racismo não é erro!!!

Racismo estrutural é algo que está tão enraizado em nossa cultura que muitas vezes vc acha normal ser assim… Só que isso não é nada normal.

3 curtidas

Eu acompanhei toda a polêmica e sim, a fala da co-fundadora e os processos do banco são falhos. Confirmamos isso ao ver a foto da equipe e contar quantos negros fazem parte do quadro e com a fala da Monique Evelyn falando sobre uma palestra que fez sobre diversidade racial e nenhuma das lideranças assistiu. Não basta se posicionar como diverso e apoiador de uma política antirracista, é preciso agir! O Brasil traz de herança do período da escravidão o abismo entre pessoas brancas e pretas, e isso é um fato que não cabe contestação. Não encerrei minha conta por motivos muito particulares e por acreditar que a dor/dificuldade é um agente para a verdadeira mudança. Espero e aguardo que o Nubank mude sim suas estruturas e posicionamento e se torne exemplo para o mercado.

2 curtidas

Empresas tem que contratar pessoas qualificadas e competentes, porque são essas q vão, cuidar da sua conta e te atender muito bem ,independente de cor,raça ou gênero

Exatamente!
Acredito que qualquer um aqui que vá contratar um profissional para prestar serviço, como um chaveiro, pedreiro, etc por exemplo, primeiro quer saber se o cara é bom. Independente raça ou gênero.

Não existe falar de qualificação sem falar de racismo estrutural. A gente é uma sociedade subqualificada por default, porque o acesso a educação ainda é escasso e excludente, haja vista que tratamos educação como commodity (quanto mais se paga, maior e melhor o acesso).
Aí se a gente não nivela por baixo, como disse a Cristina, a gente exclui automaticamente quem não teve, desde sempre, acesso a educação de qualidade, cursos eletivos, graduação em universidade de ponta e especializações.
Uma discussão que a gente tem sempre em Educação Corporativa (que é a área que eu trabalho atualmente) é que para alcançar realmente um quadro diverso nas posições estratégicas de uma empresa, é mais importante buscar as softskills que as hardskills. Capacitar gente em hardskill é mais fácil e custa menos pra empresa que capacitar em softskill.
O Nubank, por ser uma empresa que respira inovação e que tem alto investimento em capacitação técnica, deveria levar isso mais em conta. Afinal, diversidade sempre é igual a melhores resultados.

4 curtidas

Muito bem explicado, gostei bastante do seu comentário. Parabéns.

Eu nem vi a entrevista da fundadora do Nubank, mas a foto que o flamenguista postou aí já fiz tudo.
E,numa boa, por mais que eles insistam nesse discurso de “somos diferentes dos bancões,e tal”, uma boa parcela das pessoas daqui da comunidade esquecem que o Nubank é uma INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. O objetivo deles é LUCRO,ponto. Tem que ser muito inocente pra achar que eles estão preocupados com toda essa questão de representatividade, etc. Como cliente estou muito satisfeito com o serviço prestado,mas não caio nesse marketing de “empresa engajada” que eles ( e mais uma porrada de outras empresas) colam na testa para ganhar clientes.

1 curtida

perfeito. Disse tudo.

Fiquei chocado com a resposta dada em vivo durante a entrevista, pensando em políticas que estão sendo aplicadas no dia de hoje, foi uma anti postura. Sou formado musicoterapeuta e Enfermeiro, fiquei imaginando nessas duas áreas que atuo se algum profissional tivesse uma fala igual ou parecida já estaria suspenso de sua profissão, até porque em ambas temos de pleno e claro de que todos são iguais e que não devemos medir ninguém e nem mesmo nivelar ou classificar a pessoa ou grupo por sua pele ou por suas escolhas se vida. Todos são iguais perante a lei, medidas estão sendo implementadas todos os dias para que tais falas e atitudes sejam passíveis de punição ou mesmo nem ocorram. Olhar ao outro desnudo de preceitos é o que faz a diferença em um mercado que busca excelência.