É uma questão de mercado: bancos iniciantes geralmente pagam CDBs com rentabilidade maior porque têm maior necessidade de captar recursos para crescer. Além disso, carregam um risco mais elevado, já que muitas vezes concedem crédito de forma mais agressiva, o que resulta em ratings mais baixos e maior exposição à inadimplência. Soma-se a isso a chamada “guerra por clientes”, em que essas instituições usam altas taxas como estratégia de promoção e fidelização.
Não por acaso, hoje vemos alguns bancos menores oferecendo, de forma nativa, 110% do CDI ou até mais na conta corrente. À medida que esses bancos ganham solidez, as taxas vão se aproximando dos 100% do CDI. Bancos grandes e consolidados dificilmente oferecem CDBs próprios acima de 105%. O Santander, por exemplo, atualmente conta com apenas quatro opções, nenhuma superando 103% do CDI. Já o Itaú oferece três CDBs, todos limitados a até 101%.
Naquela época, o governo também precisava captar recursos e, por isso, oferecia rendimentos mais elevados. O problema é que, ao analisar o câmbio, percebe-se que não compensava: em 1991 o dólar valorizou cerca de 496% frente à moeda brasileira; em 1992, mais de 1.011%. Ou seja, esses altos rendimentos não eram suficientes para atrair investidores estrangeiros e, com o tempo, a inflação acabava “consumindo” o dinheiro.