Poxa @LuckPass , você simplesmente ignorou o que eu respeitosamente disse no tópico. Seu erro aqui está sendo analisar isso somente no curto prazo, ignorando completamente outros fatores da própria “aritmética básica” que você mesmo levantou. Mas tudo bem, vou tentar fazer você visualizar o que estou tentando educadamente dizer através de cálculo, utilizando os valores concretos do meu caso específico. Primeiro, os dados:
Selic: 9,25% a.a.;
CDI: 9,15% a.a.;
Rendimento: 100% do CDI;
Depósito mais antigo: R$ 1.271,20;
Depósito mais novo: R$ 3.611,64;
Valor do resgate: R$ 992,43;
Ao contrário do que você afirmou, o fator determinante para a evolução do capital é tempo, e não o montante, pois estamos falando de capitalização composta, isto é, capitalização com juros compostos, e não juros simples. No cálculo, vou adotar que os valores rendam por 1 mês apenas, portanto, caracteriza-se como investimento de “curtíssimo prazo”, pois é menor que 6 meses.
O valor de R$ 1.271,20, em 1 mês, fica assim:
Saldo bruto: R$ 1.280,51;
IR: R$ 2,09;
Saldo líquido: R$ 1.278,42;
Rendimento líquido: R$ 7,22;
Já o valor de R$ 3.611,64, em 1 mês, fica assim:
Saldo bruto: R$ 3.638,09;
IR: R$ 5,95;
Saldo líquido: R$ 3.632,14;
Rendimento líquido: R$ 20,50;
Como após o 1° mês já não há mais a cobrança de IOF, é possível calcular com mais precisão ainda qual o rendimento diário do valor aplicado, seja em valor líquido, seja percentual. Então, fica assim:
Rendimento líquido / valor aplicado = percentual de rendimento líquido mensal;
ou seja;
20,50 / 3611,64 ≅ 0,56 % a.m.
A partir daí, é só dividir por 30 para achar o rendimento líquido diário:
0,56% / 30 ≅ 0,0189% a.d.
Pois bem, com o rendimento diário já calculado (isento de IOF, é claro), basta aplicá-lo ao montante do depósito mais novo (capital inicial + juros do período) após o primeiro mês. Fica assim:
Montante * percentual de rendimento diário = rendimento líquido diário;
ou seja:
3.632,14 * 0,0189% ≅ R$ 0,69
Com isso, achamos qual o valor diário de rendimento que eu receberia caso o depósito mais novo pudesse ter sido deixado render pelo sistema do app do Nubank, que no meu caso é de R$ 0,69 por dia. Mas como o sistema do Nubank é parametrizado para resgatar o depósito que, no curto prazo, gere menos impostos, o sistema escolheu resgatar justamente este depósito mais novo, em que eu teria este rendimento líquido diário de R$ 0,69.
Mas agora, é hora de comparar o que importa afinal: a diferença de como seria o resgate entre o depósito mais antigo e o depósito que gerou proporcionalmente menos impostos.
Caso o sistema do Nubank tivesse resgatado o meu depósito mais antigo para efetuar o PIX, isto é, o depósito no valor inicial de R$ 1.271,20, eu teria pago aproximadamente R$ 1,53 de IR (isento de IOF), proporcional aos R$ 992,43 que foram resgatados. Tudo isso assumindo que o recolhimento de IR seja proporcional ao valor do resgate, é claro.
Entretanto, o sistema do Nubank resgatou os R$ 992,43 do meu depósito mais novo, ou seja, o depósito de valor inicial de R$ 3.611,64. Neste resgate, o IOF cobrado foi de R$ 1,20, e o IR foi de R$ 0,02, resultando no total de R$ 1,22 de impostos.
A diferença do resgate de R$ 992,43 entre estes dois depósitos, portanto, é de R$ 0,31. Isso significa dizer que, no curto prazo, o sistema do Nubank efetivamente fez eu pagar 31 centavos a menos de impostos. E isso já tinha ficado muito bem explicado pelo @OttoS , que por sinal, me respondeu com educação e paciência, sem qualquer ignorância em relação ao que digitei aqui neste tópico.
Entretanto, como eu respeitosamente disse desde a minha segunda postagem neste tópico, minha preocupação era em relação ao longo prazo que essa “escolha” do sistema do Nubank acarretaria na evolução do montante deste depósito mais novo ao escolher justamente esse depósito para efetuar o resgate e o referido PIX.
E neste sentido, conforme eu tinha falado, vou demonstrar o porquê que essa escolha é boa em curto prazo, mas não no longo prazo:
O resgate do valor de R$ 992,43 foi efetivamente debitado do montante de R$ 3.611,64 (capital inicial + juros - IOF - IR) referente ao meu depósito mais novo. Portanto, o valor remanescente é de R$ 2.619,25. Sendo assim, meus rendimentos neste depósito não serão mais de R$ 0,69 conforme eu demonstrei acima. Agora, os meus rendimentos neste depósito mais novo serão de R$ 0,49. Fica assim:
2.619,25 * 0,0189% a.d. ≅ R$ 0,49
Portanto, acabei de demonstrar o “resultado diferente” que você disse que nenhum cálculo trará.
Como eu tenho o hábito de ficar argumentando e muitas vezes acabo me alongando demais nas minhas ideias, vamos trocar em miúdos:
NO CURTO PRAZO:
O sistema do Nubank efetivamente fez eu recolher “incríveis” 31 centavos a menos de impostos ao debitar o PIX do meu depósito mais novo, não há como negar isso, e eu já tinha entendido e concordado com isso com a postagem do @OttoS e também com uma das suas primeiras postagens @LuckPass :
Mas…
NO LONGO PRAZO:
Esta mesma escolha do Nubank fez meus rendimentos deste depósito mais novo diminuírem R$ 0,20 ao dia, sendo que esses 31 centavos que economizei em impostos, eu poderia ter rendido 40 centavos em dois dias caso o débito tivesse sido no depósito mais antigo.
Agora, qual o reflexo disso no âmbito dos negócios financeiros? Para o Nubank, financeiramente falando, é ótimo debitar do depósito que gere menos impostos, pois isso reflete em proporcionalmente menos rendimentos pagos ao cliente no futuro, como demonstrei aqui, mas com um plus muito importante: o cliente fica satisfeito no curto prazo pois efetivamente pagou alguns trocados a menos de impostos, não tem como negar isso. E como a grande maioria não vai atrás de fazer as contas referentes aos valores futuros da “aritmética básica” que você falou, ficam satisfeitos ao pagarem centavos a menos de impostos, mas com este custo de oportunidade oculto e embutido que poucos analisam. A essa grande parcela de clientes dentro dos mais de 48 milhões, tenho certeza que o Nubank agradece. Temos que admitir que o marketing é muito bom mesmo.
Um exemplo bem bobo seria uma pessoa (que já tem o dinheiro disponível) escolher entre comprar um produto a vista por PIX de R$ 10.000,00 ou então em 1 vez no cartão por R$ 10.050,00. Tenho certeza que a grande maioria das pessoas escolheria pagar a vista por PIX. Mas para os poucos que escolhem pagar no cartão, o rendimento líquido (livre de impostos) é de R$ 56,75. Descontados os 50 reais, resta um lucro de R$ 6,75. E nem vou levar em consideração o cashback ou pontuação que o cartão possa oferecer em cima deste valor de exemplo. Estes R$ 6,75, que nem todos enxergam, podemos caracterizar como custo de oportunidade, pois o princípio é o mesmo.
E não me entenda mal, abri este tópico apenas para tirar uma dúvida simples e não ficar criticando ou sendo desrespeitoso com ninguém. Todos estes cálculos que demonstrei aqui fiz para tirar a minha própria dúvida em relação ao longo prazo, pois no curto prazo o @OttoS já tinha me esclarecido muito bem. E neste sentido, também não tenho a intenção de reclamar sobre tal escolha por parte do Nubank, pois trata-se de estratégia de negócios, e é prática comum no mercado financeiro. De alguma forma as instituições precisam lucrar, afinal.
De qualquer forma, espero que tenha entendido @LuckPass , que nem sempre a melhor opção pra hoje será também a melhor opção para o amanhã, e que nem sempre as coisas que você acha melhor para você sejam também as melhores para as outras pessoas. Eu não sou “dono da razão”, assim como você também não é.
No uso da sua “aritmética básica”, sugiro respeitosamente que procure levar em consideração também os valores futuros em seus cálculos, bem como os custos de oportunidade ocultos. Tenho certeza que os engenheiros e especialistas do Nubank levam esses cálculos muito mais a sério do que eu, inclusive, pois, mesmo que de forma indireta e oculta, o uso de tais cálculos podem ajudar uma instituição a gerar receitas e/ou economizar nas despesas.