Portabilidade de bandeira de cartão: uma ideia a ser pensada

Nos últimos anos o cliente vem tendo maior poder de decisão sobre aquilo que deseja adquirir em termos de produtos ou serviços. E as “portabilidades” pensadas pelo governo na regulamentação de alguns setores da nossa economia tem facilitado as coisas para o consumidor nesse sentido.

Uma prova disso é a portabilidade de linha telefônica, implementada há anos, que permite que o cliente permaneça com seu número telefônico ao decidir mudar de operadora, trazendo uma praticidade incrível para os usuários. Inclusive já é possível, para alguns clientes Nubank, fazer portabilidade optando pela nova operadora, a NuCell.

Igualmente, no setor financeiro, a portabilidade de dívidas e investimentos já é possível há algum tempo. Ela permite que clientes de variadas instituições financeiras, como bancos digitais e físicos, corretoras e afins, possam escolher as melhores taxas e condições de pagamento entre variadas opções.

Diante disso, me vem à mente uma dúvida: por que não pensar na portabilidade de bandeira de cartão? Por que precisamos ficar presos a uma bandeira escolhida previamente pela emissora? Por que tal empresa não pode oferecer um leque de opções de bandeiras quando o cliente solicita a emissão do seu cartão de crédito?

Alguém pode dizer que talvez isso não traga vantagens ao cliente. Alto lá! Cada cliente deve ter o seu direito de escolha, alguns deles já estão acostumados com suas bandeiras em outras emissoras de cartão. Além do mais, bandeiras famosas como Mastercard e Visa tem suas promoções particulares, como o Mastercard Surpreenda e Vai de Visa.

Não posso negar que o motivo que me impulsionou a escrever esse artigo tenha sido a mais recente polêmica política envolvendo as bandeiras de cartão americanas citadas no parágrafo acima, juntamente coma chegada da UnionPay ao Brasil (essa bandeira chinesa já opera nos EUA há um bom tempo).

Portanto, seria muito bom que tivéssemos não apenas as conhecidas bandeiras americanas como opções no momento de emitir um cartão, mas a chinesa e inclusive a brasileira Elo, bastante usada em todo o território nacional. Deixe a sua opinião abaixo para que possamos debater esse tema.n :relieved_face:

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Pensar em portabilidade da bandeira de um cartão de crédito (como de Mastercard para Visa, Elo, etc.) não é coerente nem viável atualmente, por algumas razões fundamentais. Vamos lá:

:pushpin: 1. Bandeira é parte do contrato entre o banco e a operadora

A bandeira do cartão (Visa, Mastercard, Elo, etc.) é escolhida pelo emissor (geralmente um banco ou fintech) com base em um contrato comercial com a bandeira. O cliente não escolhe livremente a bandeira para um determinado cartão — ele escolhe um produto (ex: Nubank Mastercard ou Bradesco Visa) e a bandeira já está atrelada a esse produto.


:pushpin: 2. Portabilidade existe para crédito consignado, não para cartões

A portabilidade prevista em normas do Banco Central (como no caso do crédito consignado, financiamento imobiliário ou empréstimo pessoal) envolve dívida e taxa de juros, e não vale para cartões de crédito. Isso porque o cartão é uma linha de crédito rotativa e renovável, e o contrato com a bandeira é entre o banco e a operadora.


:pushpin: 3. Cada bandeira tem suas próprias regras, benefícios e infraestrutura

  • Visa, Mastercard, Elo, Amex e outras bandeiras possuem redes próprias de processamento e benefícios distintos (ex: seguros, salas VIP, programas de pontos).

  • Essas estruturas não são intercambiáveis. Um cartão Mastercard não pode ser “migrado” para Visa mantendo número, histórico e condições. Seria necessário emitir um novo cartão com nova estrutura.


:check_mark: O que seria possível (mas não é exatamente portabilidade):

  • Você pode pedir um novo cartão com outra bandeira no mesmo banco (se o banco tiver convênio com mais de uma bandeira).

  • Alguns bancos permitem trocar a bandeira do cartão, cancelando o cartão atual e emitindo outro novo (ex: do Bradesco Elo para Bradesco Visa), mas isso depende da política interna da instituição.

  • Esse processo não é chamado de portabilidade, pois não mantém o mesmo contrato, número do cartão ou histórico de benefícios.


:white_check_mark: Conclusão:

Portanto atualmente, não é viável ou coerente falar em portabilidade da bandeira de um cartão de crédito nos moldes da portabilidade bancária. A bandeira está atrelada ao contrato comercial do banco emissor, e qualquer mudança envolve emitir um novo cartão, com novo número e possivelmente novos benefícios.

Se quiser mudar de bandeira, o caminho é solicitar um novo cartão com as características desejadas.

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No começo até cheguei a comentar, mas havia entendido errado, sobre a Unionpay. Ela mesmo sendo chinesa, não opera com outro sistema a não ser o SWIFT (EUA). Quero dizer que se houver falhas na prestação de contas americanas, por utilizarem o Dólar ($) nas transações e mesmo não usando, está sujeito a sanções presidenciais. Logo, a maioria dos países tem acordo com EUA e não resta dúvidas, uma canetada, acabou a brincadeira para milhões de clientes que utilizam a Unionpay.

A vantagem dela está no seu diferencial de transações com criptomoedas, se bem entendi a tradução de quando busquei entender.

  • A Unionpay, Vale apena? Sim…
  • Deve ser adicionado no Brasil? Não…
  • Por qual motivo? Burocracia brasileira é difícil até pra microempreendedor, imagina pra empresa global de cartões. Tirando por base a Revolut (“tô fora pé de pano…”) sem falar na cultura brasileira, compreensão de adaptação ao mercado criptográfico

O futuro é todo mundo construindo a sua marca de cartão no nacional e local, onde internacional será dominado pela Mastercard. Penso eu, que será somente após transformação de Wall street saindo de uma Economia fechada para uma Economia Aberta.

Mais sobre economia: Wall Street 2.0 ou Faria Limer 1.0?

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o SWIFT (EUA). Quero dizer que se houver falhas na prestação de contas americanas, por utilizarem o Dólar ($) nas transações e mesmo não usando, está sujeito a sanções presidenciais. Logo, a maioria dos países tem acordo com EUA e não resta dúvidas, uma canetada, acabou a brincadeira para milhões de clientes que utilizam a Unionpay.

Swift foi criada por países europeus e EUA e é administrada por um grupo de países, a sede é na Bélgica, logo, não depende só de uma canetada.

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Esse é o ponto. Já temos tecnologia que permite isso, só falta boa vontade. Se o BC mexer os pauzinhos isso se tornar possível em um piscar de olhos.

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Visa e Mastercard também funcionam na China, se os chineses retaliarem as bandeiras americanas terão enormes prejuízos.

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O SWIFT, sistema de mensagens financeiras, possui algumas alternativas que vêm ganhando destaque, como o CIPS (patrocinado pela China), o SPFS (desenvolvido pela Rússia) e o RippleNet (uma rede baseada em blockchain). Além dessas, o Global ACH também se apresenta como uma alternativa para transferências internacionais.

Alternativas ao SWIFT:

CIPS (China):

O Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS) é uma plataforma chinesa para transações em yuan, competindo com o SWIFT em volume de transações e número de participantes.

SPFS (Rússia):

O Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS) é uma alternativa russa ao SWIFT, visando a segurança e autonomia nas transações financeiras do país.

RippleNet (Blockchain):

Uma rede de pagamentos baseada em blockchain que oferece liquidação quase instantânea e custos menores em comparação com o SWIFT, especialmente em corredores de pagamento de alto volume.

Global ACH:

O Global ACH conecta sistemas de Câmaras de Compensação Automatizadas em diferentes países, permitindo pagamentos internacionais.

BRICS Pay:

Uma plataforma de pagamentos que visa facilitar as transações financeiras entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e que poderia representar um desafio para o SWIFT.

Observação:

É importante notar que o SWIFT é um sistema estabelecido e amplamente utilizado, mas essas alternativas estão ganhando espaço e podem se tornar mais relevantes no futuro, especialmente com a crescente importância de sistemas de pagamento mais rápidos e eficientes.

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O sistema SWIFT não é controlado exclusivamente pelos EUA, mas sim por uma cooperativa global supervisionada por vários bancos centrais, incluindo o Banco Nacional da Bélgica, que é a sua sede, e o Banco Central Europeu, além do Federal Reserve dos EUA. Embora os EUA tenham influência devido ao seu peso no sistema financeiro global, a decisão de excluir um país do SWIFT requer a concordância de diversos participantes, incluindo a União Europeia.

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Isso mesmo…

Refiro em questão de ter Dólar $ na parada, a depender do representante governamental americano em que estiver no poder daquele mandato. E hoje, querendo ou não, o mercado internacional é negociado em Dólares. Uma mudança sem U$$ na parada é literalmente, dizer adeus a maioria dos bancos que adotarem o modelo.

Enfim, apenas uma reflexão, sem fugir do tema central, sobre a UnionPay crescendo no mercado…

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Sinceramente, mesmo que possibilitem a portabilidade da bandeira do cartão, acho que quase ninguém pediria por isso. Eu mesmo me pergunto que diferença isso faria na minha vida… :man_shrugging:

A não ser que as bandeiras passassem à oferecer algum benefício relevante para quem as escolhessem…

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Ah, faria diferença demais…

A adoção, mesmo em pequena escala, traz as instituições a vantagem e a concorrência de aprimorar os serviços com o uso de blockchain. Como já citei, a Unionpay, utiliza meios de pagamentos com criptomoedas, e com elas, as stablecoins em uma regulação vigente, traria muitos benefícios para usuários que queiram entrar neste mercado.

O que se tornaria bem parecido, o Nubank (penso eu) com o Banco do Brasil e Itaú, com diversos tipos de bandeira oferecidos.

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Em teoria, né? Na realidade manda quem pode (EUA) e obedece quem tem juízo (o restante).

São 3500 instituições bancárias que administram a SWIFT e, para ocorrer a retirada de um país, precisa de uma sancão internacional (não uma decisão de um presidente), a exemplo de punição pela ONU.

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Verdade. Nada melhor que a competição para que certos prestadores de serviços saiam da sua zona de conforto. O Nu é um exemplo claro disso, trouxe a competição em oceano azul inexplorado: a dos serviços bancários digitais, o que forçou a concorrência a se movimentar nesse sentido.

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Ter uma regulamentação que imponha a portabilidade de bandeira de cartões de modo fácil e prático seria excelente até para as emissoras dos plásticos que poderiam fechar contratos mais interessantes em termos de taxas. Caberia ao cliente optar por aquela bandeira que mais lhe agrada.

Evidentemente que o emissor não seria forçado a oferecer bandeiras pequenas sem grande alcance e qualidade em termos de serviços prestados, o que poderia prejudicar a experiência do cliente. Mas pelo menos umas quatro opções já reconhecidas e aprovadas pelo mercado.

Mas para isso a tecnologia do chip do cartão já deveria vir com essa possibilidade: trocar de bandeira com praticidade e rapidez. Obviamente que dentro de certas regras como acontece com a troca da data de vencimento da fatura, precisa-se respeitar o tempo mínimo necessário para isso.

No momento em que o cliente passasse o cartão na maquininha, essa já deveria reconhecer a bandeira vigente, sem necessidade de perguntar ao cliente e adicionar mais uma etapa ao processo. Em termos de tecnologia de vanguarda sabemos que tudo isso é possível. :relieved_face:

Quando a UnionPay estiver operacional no Brasil, caso o Nubank firme parceria com ela, mesmo que mantenha a master, vou avaliar a possibilidade de trocar o cartão, Nubank, da master (atualmente) para a UnionPay.

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Seria uma boa ter essa possibilidade, principalmente em tempos de turbulência política como o que estamos vivendo, com Estados querendo impor seus parceiros (financiadores de campanha) goela abaixo em mercados frágeis que não têm condições de oferecer resistência a isso.

Imagine, países terem que extinguir ou restringir o funcionamento de uma ferramenta eficiente como o Pix porque isso não agrada os aliados do “Senhor dos Anéis”. É no mínimo risível.

Se uma grande bandeira resolver abandonar o barco precisamos de flexibilidade para fazer a migração sem grandes transtornos para o usuário. E a portabilidade cairia como uma luva nesse cenário hipotético.

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Seria incrível. :slightly_smiling_face::slightly_smiling_face::slightly_smiling_face:

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lembro q teve uma época q sugeriram para João Vitor presidente do banco inter ter a possibilidade de poder ter um cartão visa e nuca foi pra frente acho q motivo e muito simples o banco n tem como emitir mais de um cartão sem ser pra algum beneficio a mais ou parceiro tipo o que acontece com Bradesco, itau e Santander eles tem mais de uma bandeira pq emitem vários cartões n sei se para o Nubank seria viável o que acho daria certo se investi-se no NuPay pra emitir cartões de lojas parceiras com varias bandeiras com ofertas e benefícios diferencias pra cada loja.

obs: adoraria ter a possibilidade de ter um Elo, Amex ou um Unionpay.

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A Amex é de onde, @NuSabio?

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