Olá, Comunidade
Em um recente artigo que li, um novo mercado ressurge: a nova Wall Street 2.0.
Há algum tempo, já venho conversando por aqui — e com as minhas palavras deliberadamente grandes — sobre as atualizações do mercado cripto no exterior. Inclusive, devo os créditos a essa frase em particular a um amigo querido aqui da NC, pois grande parte disso nasceu das vozes da minha cabeça.
E um dos trechos que mais me chamou atenção fala justamente desse Novo Mercado. “Novo” de verdade, tá?
O “Novo” surge em meio à repaginação do setor das big techs no Vale do Silício, com o surgimento de uma nova Bolsa de Valores. E o que parece ser novamente [1], dessa vez é ao contrário. Eu juro. Mas antes, preciso explicar tudo desde o começo sobre esse inusitado mercado.
Tudo começa com uma Wall Street reformulada. Para quem ainda não conhece, a Wall Street seria tipo o primo da Faria Limer que fala inglês. A sua função é comandar a maior Bolsa de Valores do mundo, com uma enorme quantidade de empresas listadas que nasceram — e ainda nascem — na região do Vale do Silício. Melhor dizendo, a região é a panelinha ou o clã da “ordem mundial das empresas disruptivas” de mercado.
E se tratando de Bolsa de Valores — a casa da Renda Variável — ela hospeda ações das empresas nacionais e internacionais (= “pedacinhos da empresa”) nos EUA.
Resumindo: uma nova Wall Street renasceu. Depois de sua origem disruptiva no século passado com a negociação de ações, agora assistimos a uma escalada internacional facilitada. Em outras palavras, trocamos uma economia nichada ou fechada (Wall Street 1.0) por uma Wall Street de economia aberta (Wall Street 2.0).
ECONOMIA FECHADA
A economia fechada (ou travada) é o que temos hoje: grandes volumes de capital externo enfrentando barreiras na entrada e saída da bolsa.
Os investidores, nesse cenário, funcionam assim:
- Funcionamento: 5 dias por semana (exceto feriados)
- Câmbio: Moeda somente local (é preciso banco para conversão)
- Taxas: Diversas para cada tipo de ativo e operação
- Liquidez: Vendas com prazos fora do horário (D+0 ou mais)
- Regulamento: Regras e leis que sofrem alterações diretas/indiretas nos ativos financeiros, além de cada país ter regras próprias
Sem contar conversão, custódia, impostos nacionais/internacionais e taxas de gestão.
ECONOMIA ABERTA
Na economia aberta, a blockchain facilita o fluxo de capital e a conversão entre moedas.
Os investidores, nesse novo cenário, terão acesso a:
- Ativos globais. Invista em ações tokenizadas de qualquer lugar, sem burocracia.
- Mercados 24/7/365. Negocie e liquide posições a qualquer hora.
- Melhores taxas. Compare e escolha taxas de empréstimo em tempo real.
- Novas oportunidades de investimento. Estratégias e rendimentos inéditos para investidores de varejo.
- Administração de fundos mais eficiente. Menos intermediários e custos administrativos.
- Alcance mais amplo. Atenda investidores globais.
- Conformidade mais fácil. Regras de compliance embutidas em contratos inteligentes.
- Fácil integração. Desenvolvedores criam apps financeiros sem labirintos de permissões.
- Mais ativos. Amplie sua base de usuários com ativos tokenizados do mundo real.
- Conformidade integrada. Verificação automática de transações e usuários.
Novamente, tudo parece ficção. Mas a realidade é que o Vale dos “Silícios” (EUA) está mexendo os pauzinhos da economia, transformando tudo numa Economia Aberta [2]
E mais: esse movimento vem articulado com grandes empresas cripto, desde a criação de ETFs cripto na bolsa.
A cada dia, recebo uma enxurrada de newsletters com projetos e adoção em massa por big techs, meios de pagamento e novos workshops surgindo. O mercado percebeu — e reagiu — mudando leis e regulamentos (ou até extinguindo alguns) para o cripto prosperar.
Quando falamos de economia aberta, precisamos entender que tudo isso só existe porque há um mecanismo financeiro por trás. E nas criptos, esse mecanismo é o DeFi (Finanças Descentralizadas).
DeFi: Da Testnet à Mainnet
As Finanças Descentralizadas criaram subdivisões que hoje orquestram uma estrutura sincronizada com o mercado tradicional (bolsas, forex, bets…).
Há quem diga que tudo começou como uma testnet — um teste. E se tornou uma mainnet funcional e mundial.
A pioneira na renovação do DeFi é a Uniswap Foundation (DeFi 2.0), que construiu uma estrutura capaz de entregar produtos financeiros cripto semelhantes aos tradicionais:
Mercado Cripto | Mercado Tradicional |
---|---|
UNISWAP Exchange | NuInvest |
Swap | Converter ou trocar |
Yield Farming | Aplicações financeiras (CDB, RDB...) |
Staking | Aluguel de ações, FIIs, ETFs... |
Real World Assets | BDRs e outros ativos internacionais |
Em vista do que era antes — ativos indecifráveis e hackers para todo lado — o mercado cripto evoluiu.
Falhas foram corrigidas, ativos extintos e hackers ficaram obsoletos com a evolução criptográfica.
O avanço foi tão grande que me lembra esta frase:
“Corte uma cabeça, e duas outras tomarão seu lugar…”
(Frase da Hydra, no Capitão América — Marvel)
Essa referência traduz a resiliência do setor. Novas oportunidades surgem, e o que era “versus” agora pode se tornar um só mercado.
A estratégia da economia aberta passa por um upgrade que envolve:
- RWA (Real World Assets)
- Tokenização (Mastercard, Visa…)
- IA (OpenAI, Microsoft, Alphabet…)
- Software/Hardware (NVIDIA)
[3] Nada disso sai do papel sem regulamentação. Nos EUA, a SEC com a sua força tarefa e outros órgãos discutem como coexistir e expandir essa estrutura.
Goste ou não, a ONDA é essa. E você não pode ficar de fora.
O mundo está digitalizando mais rápido do que se imagina.
Se você ainda não sabe do que estou falando, agora é a hora de entender:
Nubank: à frente ou na contramão do mercado consolidado?