Wall Street 2.0 ou Faria Limer 1.0?

Olá, Comunidade

Em um recente artigo que li, um novo mercado ressurge: a nova Wall Street 2.0.

Há algum tempo, já venho conversando por aqui — e com as minhas palavras deliberadamente grandes — sobre as atualizações do mercado cripto no exterior. Inclusive, devo os créditos a essa frase em particular a um amigo querido aqui da NC, pois grande parte disso nasceu das vozes da minha cabeça.

E um dos trechos que mais me chamou atenção fala justamente desse Novo Mercado. “Novo” de verdade, tá?


"Vai impulsionar e revolucionar aqui no Brasil. Lá fora, o mercado DeFi está bem avançado... Conheço tokens que têm WRWA, que são Recibos de Real World Assets (termo inventado e com finalidade).

Estes recibos, parecidos com os BDRs, não têm lastros e por isso são mais comuns do que se imagina. Comprar ações da Apple, por exemplo, por uma plataforma tokenizada que replica o valor de mercado da empresa, mas sem pagar dividendos. Porém, recebem rewards do token que hospeda essa ideia."

O “Novo” surge em meio à repaginação do setor das big techs no Vale do Silício, com o surgimento de uma nova Bolsa de Valores. E o que parece ser novamente [1], dessa vez é ao contrário. Eu juro. Mas antes, preciso explicar tudo desde o começo sobre esse inusitado mercado.

Tudo começa com uma Wall Street reformulada. Para quem ainda não conhece, a Wall Street seria tipo o primo da Faria Limer que fala inglês. A sua função é comandar a maior Bolsa de Valores do mundo, com uma enorme quantidade de empresas listadas que nasceram — e ainda nascem — na região do Vale do Silício. Melhor dizendo, a região é a panelinha ou o clã da “ordem mundial das empresas disruptivas” de mercado.

E se tratando de Bolsa de Valores — a casa da Renda Variável — ela hospeda ações das empresas nacionais e internacionais (= “pedacinhos da empresa”) nos EUA.

Resumindo: uma nova Wall Street renasceu. Depois de sua origem disruptiva no século passado com a negociação de ações, agora assistimos a uma escalada internacional facilitada. Em outras palavras, trocamos uma economia nichada ou fechada (Wall Street 1.0) por uma Wall Street de economia aberta (Wall Street 2.0).


:briefcase: ECONOMIA FECHADA

A economia fechada (ou travada) é o que temos hoje: grandes volumes de capital externo enfrentando barreiras na entrada e saída da bolsa.

Os investidores, nesse cenário, funcionam assim:

  • Funcionamento: 5 dias por semana (exceto feriados)
  • Câmbio: Moeda somente local (é preciso banco para conversão)
  • Taxas: Diversas para cada tipo de ativo e operação
  • Liquidez: Vendas com prazos fora do horário (D+0 ou mais)
  • Regulamento: Regras e leis que sofrem alterações diretas/indiretas nos ativos financeiros, além de cada país ter regras próprias

Sem contar conversão, custódia, impostos nacionais/internacionais e taxas de gestão.


:globe_showing_europe_africa: ECONOMIA ABERTA

Na economia aberta, a blockchain facilita o fluxo de capital e a conversão entre moedas.

Os investidores, nesse novo cenário, terão acesso a:

  • Ativos globais. Invista em ações tokenizadas de qualquer lugar, sem burocracia.
  • Mercados 24/7/365. Negocie e liquide posições a qualquer hora.
  • Melhores taxas. Compare e escolha taxas de empréstimo em tempo real.
  • Novas oportunidades de investimento. Estratégias e rendimentos inéditos para investidores de varejo.
  • Administração de fundos mais eficiente. Menos intermediários e custos administrativos.
  • Alcance mais amplo. Atenda investidores globais.
  • Conformidade mais fácil. Regras de compliance embutidas em contratos inteligentes.
  • Fácil integração. Desenvolvedores criam apps financeiros sem labirintos de permissões.
  • Mais ativos. Amplie sua base de usuários com ativos tokenizados do mundo real.
  • Conformidade integrada. Verificação automática de transações e usuários.

Novamente, tudo parece ficção. Mas a realidade é que o Vale dos “Silícios” (EUA) está mexendo os pauzinhos da economia, transformando tudo numa Economia Aberta [2]

E mais: esse movimento vem articulado com grandes empresas cripto, desde a criação de ETFs cripto na bolsa.

A cada dia, recebo uma enxurrada de newsletters com projetos e adoção em massa por big techs, meios de pagamento e novos workshops surgindo. O mercado percebeu — e reagiu — mudando leis e regulamentos (ou até extinguindo alguns) para o cripto prosperar.

Quando falamos de economia aberta, precisamos entender que tudo isso só existe porque há um mecanismo financeiro por trás. E nas criptos, esse mecanismo é o DeFi (Finanças Descentralizadas).


:rocket: DeFi: Da Testnet à Mainnet

As Finanças Descentralizadas criaram subdivisões que hoje orquestram uma estrutura sincronizada com o mercado tradicional (bolsas, forex, bets…).

Há quem diga que tudo começou como uma testnet — um teste. E se tornou uma mainnet funcional e mundial.

A pioneira na renovação do DeFi é a Uniswap Foundation (DeFi 2.0), que construiu uma estrutura capaz de entregar produtos financeiros cripto semelhantes aos tradicionais:


Mercado Cripto Mercado Tradicional
UNISWAP Exchange NuInvest
Swap Converter ou trocar
Yield Farming Aplicações financeiras (CDB, RDB...)
Staking Aluguel de ações, FIIs, ETFs...
Real World Assets BDRs e outros ativos internacionais

Em vista do que era antes — ativos indecifráveis e hackers para todo lado — o mercado cripto evoluiu.

Falhas foram corrigidas, ativos extintos e hackers ficaram obsoletos com a evolução criptográfica.

O avanço foi tão grande que me lembra esta frase:

“Corte uma cabeça, e duas outras tomarão seu lugar…”
(Frase da Hydra, no Capitão América — Marvel)

Essa referência traduz a resiliência do setor. Novas oportunidades surgem, e o que era “versus” agora pode se tornar um só mercado.


A estratégia da economia aberta passa por um upgrade que envolve:

  • RWA (Real World Assets)
  • Tokenização (Mastercard, Visa…)
  • IA (OpenAI, Microsoft, Alphabet…)
  • Software/Hardware (NVIDIA)

[3] Nada disso sai do papel sem regulamentação. Nos EUA, a SEC com a sua força tarefa e outros órgãos discutem como coexistir e expandir essa estrutura.


Goste ou não, a ONDA é essa. E você não pode ficar de fora.

O mundo está digitalizando mais rápido do que se imagina.

Se você ainda não sabe do que estou falando, agora é a hora de entender:

:backhand_index_pointing_right: Nubank: à frente ou na contramão do mercado consolidado?


  1. “vozes da minha cabeça” ↩︎

  2. Wall Street 2.0: Rumo à Economia Aberta ↩︎

  3. A propósito, não se trata de recomendação destas empresas, tal qual a qualquer momento e a todo dia nascem novas com a finalidade disruptiva de mercado; as chamadas Startup´s (ou Novo Mercado de Equity) ↩︎

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Quem tem aplicações em DeFi faz como para declarar?

Vc sabe dizer?

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Só com um contador especialista ou que utiliza IA para capturar as informações e entregar de mão beijada pra ti.

Eu acabei contratando a declare cripto que consegue capturar até mesmo das wallet’s, Exchange Nacionais/internacionais para apurar o IR, o IN 1888 e até DARF, se necessário.

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