Olá,
Comunidade
A SEC acabou de aprovar (29/07/25) uma opção pra lá de inusitada sobre as opções de resgates dos ETF de Cripto em Bitcoin e Ethereum.
Ficou curioso? Entenda:
Antes, o investidor institucional (bancos e gestoras) só conseguia resgatar os valores em moeda fiduciária (Fiat). Ou seja, se a gestora XPTO criasse um ETF de Bitcoin, por exemplo, só poderia resgatar o valor investido em moeda fiduciária (Real ou Dólar).
Basicamente, se você investia em R$, só poderia vender e receber em R$. Agora, não precisa mais. Essa regra, aprovada pela SEC, vale somente no mercado de ações americano e apenas para ETFs de criptos como o Bitcoin e Ethereum. E por que essa notícia é interessante? Porque esse marco pode atrair ainda mais gestoras globais a criarem ETFs cripto nos EUA.
O que muda para o investidor?
Para o investidor (mirim igual noix), nada muda. Só que não. Essa opção “in-kind”, onde a gestora escolhe como prefere resgatar (cripto ou Fiat), traz um novo marco regulatório que pode inspirar outros mercados globais. Alô, Faria Limer!
Inclusive, o IOF dos ativos (ex: BDRs de ETF) representados aqui no Brasil, somado à variação cambial, torna os ETF Criptos mais líquidos e com valores mais próximos da cotação real do mercado cripto. Isso é ótimo, pois quebra a velha desculpa de que “ETF é mais caro que comprar direto em exchange”.
“Afinal, quem não quer diversificar em ativos cripto que cresceram 40% [modo de dizer – mais que a Selic, sem dúvidas] só este ano?”
A segurança jurídica dos criptoativos está avançando aos poucos. Exemplo disso é a Lei Genius Act, aprovada recentemente, que regula as stablecoins (= representação digital de moedas fiduciárias como Real e Dólar), abrindo caminho para um mercado de auto-custódia.
Então, pensa comigo. Borá lá!
Você investe ali em ETF de Bitcoin, tipo um XPTO11, onde na compra de 1 cota valia R$100,00. Agora com essa opção para ETF de criptos, significa que você irá adquirir o valor mais próximo de R$100,00 em Bitcoin, mesmo considerando o spread e as taxas. Basicamente, você optou por comprar na Bolsa o ETF, o que na Corretora de Cripto, seria quase a mesma quantidade adquirida de 0,0001 BTC em reais. Sabendo que, desses R$100 na bolsa, cerca de R$98 estão realmente expostos ao mercado de BTC. Não é achismo, não é metáfora. Isso reduz os custos operacionais e abre espaço para gestoras adotarem a sua auto-custódia — lembrando que por enquanto só existem ETF´s de Bitcoin e Ethereum e, que são regularizados.
Falando em auto-custódia (self-custody), a SEC revogou regras antigas que travavam o desenvolvimento da tokenização e do livre mercado. Com a nova aprovação, as gestoras de ETF Cripto podem agora resgatar os ativos tanto em cripto quanto em moeda Fiat. Esse modelo — chamado de “In-Kind” — permite que elas aproximem ainda mais o valor real do ativo.
E sim, esse modelo já era permitido para ETFs de commodities, justamente para dar mais precisão na precificação.
O que ainda não se sabe é se esse modelo de ETF Cripto passa a ser classificado como ETF de Commodities também. Fica a dúvida.
Por outro lado, essa brecha abre portas para discutir a regulamentação de modelos descentralizados, como o DEFI. — E não digo da boca pra fora, tá.
A SEC está ouvindo as empresas em reuniões diárias e também os usuários, por meio de solicitações em sua força-tarefa de cripto. E essa gestão já superou 99% das anteriores, que só engavetavam o assunto. E eu posso provar:[1] [2]
Entenda: a discussão até a aprovação da Lei
Me atualizando sobre esses temas no site da SEC, vi um título que me chamou muito a atenção: “espírito americano”. E sim, tinha a ver com DeFi. Por definição, “o espírito americano” foi o tema de fala principal da Comissária Hester M. Peirce — líder da força-tarefa — que afirmou:
“[…] DeFi reflete os valores fundamentais dos EUA — como liberdade individual, autonomia financeira e livre iniciativa.[…]”
Até brincou, “…a reunião está encerrada.” Não por isso, enriquecendo o seu discurso com base nas declarações de empresas e de colegas, ela ainda citou:
“O que é DeFi? Bitcoin é ‘finanças descentralizadas’, mas pode não ser o que primeiro vem à mente quando pensamos em DeFi. O Google diz que DeFi é ‘um sistema financeiro baseado em blockchain que visa substituir as instituições financeiras tradicionais por transações peer-to-peer (p2p) e contratos inteligentes’.”
E concluiu com o motivo e definição do que se trata DeFi, e o impacto envolvido ao “povo americano”:
“Em sua essência, o DeFi — permitido pela tecnologia blockchain — é sobre a liberdade de fazer transações sem permissão, interferência ou intermediação. É por isso que o DeFi ressoa tão profundamente com o espírito americano.”
— declara a comissária
É válido informar que a comissão ainda reforçou que a Primeira Emenda dos EUA (liberdade de expressão) protege o desenvolvimento de softwares descentralizados, desde que esses sistemas não envolvam emissão de ativos que já sejam considerados valores mobiliários. Ou seja: se você cria uma rede descentralizada (como Ethereum, Solana etc), tudo certo. Mas se você usa essa rede pra lançar produtos financeiros centralizados (como um token com promessas de rendimento), aí a conversa muda. Se o criador/desenvolvedor dessa rede, mistura os dois mundos — mercado Cefi e Dex, centralizado e descentralizado — cai na categoria DINO ou (DeFi-In-Name-Only). E aí, pode ter certeza, vem sanção.
Coincidência ou não, dias atrás é aprovada a Lei Genius Act que surgiu justamente com esse propósito de “blindagem regulatória”, através de regras simples sobre stablecoin e, que recaí na separação do mercado centralizado com o descentralizado. Ou seja, a liquidez de produtos no mercado primário (via wallets e corretoras descentralizadas — DEX) não se pode misturar com os do mercado secundário (via corretoras como Binance, Coinbase etc — CEFI). E caso misture, a responsabilidade cai toda sobre o desenvolvedor (o criador) daquela rede Blockchain.
A propósito, a Força Tarefa de Cripto não para, e você pode estar acompanhando as discussões relacionadas a cripto, através deste link.
E para concluir: o ETF, o DeFi e Nubank têm tudo a ver.
O Nu com o capital aberto na NYSE via Nu Holdings, está no epicentro dessa revolução. As gestoras financeiras, agora, podem remanejar estes ativos com opções que aproxima ainda mais o valor representado no ETF daquela cripto de mercado.E vou além, abre portas para mais solicitações de ETF´s Criptos para a negociação em bolsas americanas. Quem sabe, não pinga aqui pra gente uns BDR´s de ETF?!
#ficaadica
Na sua opinião!
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Você acha que o Brasil já tá preparado pra ter esse tipo de ETF de cripto?
Ou ainda estamos engatinhando nessa história? -
Com essa mudança, será que vai ficar mais barato investir em ETF ou vai continuar tudo igual? As taxas de administração vão cair ou é só ilusão?
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Imagina se desse pra investir em ETF de cripto direto no app do Nubank?
Você usaria? Ou prefere ficar só nas criptos mesmo? -
Na sua opinião, qual corretora hoje tá mais avançada nesse papo todo?
Você confia nas exchanges que existem hoje ou ainda tem pé atrás?
Ahhh… Se você interessou por essa permissão da SEC para ETPs de criptomoedas — veja, clicando aqui.