Quem não conhece a famosa frase “Na volta a gente compra”? Foi assim que esperei pelo meu brinquedo desde os 10 anos de idade, um navio pirata lindo, mas bem caro na época. Aprendi muito com essa frase; na volta, realmente não comprávamos, mas foi ela que despertou meu desejo de ganhar dinheiro desde cedo.
Incentivado por minha mãe, que é professora, aos 11 anos comecei a vender geladinhos na escola. A galera comprava, e ali aprendi a administrar meu dinheiro aos poucos.
Mais tarde, iniciei a venda de sucos na porta de casa (não era como o Chaves, rs). Os vizinhos compravam, e aos poucos eu juntava o dinheiro. Ganhei um cofrinho com senha de metal, onde guardava minhas moedas, e depois passei a guardar em um cano de PVC.
Nesse processo, fui ficando mais exigente. Sempre que ia ao mercado, procurava pelo meu centavo de troco. A maioria das pessoas achava engraçado quando eu pedia falava “Direito do Criente’" porque misturava o R com o L, mas tinha meu 1 centavo de troco.
Mais tarde, junto com minha irmã, montei uma sociedade para vender palha italiana e brigadeiro, de forma clandestina porque era proibido vender doces na escola. Escondíamos os doces no “jogo da vida”, colocando-os em um pote quadrado dentro da caixa, e foi um sucesso.
Todo esse processo me ensinou muito. Cada coisa que eu comprava com meu próprio dinheiro era uma conquista. Acho que é por isso que hoje me dou bem com os números. Desde criança, era um pouco estranho, assistindo “Pequena Empresa, Grande Negócio”, então já não batia bem.