Receita para investir e lucrar

Sim, é um clickbait !!!

E já esclareço de saída: NÃO existe receita para investir e lucrar. Esse tipo de papo furado é só para atrair os gananciosos desavisados e é o caminho mais provável para o prejuízo.

Cada pessoa, como indivíduo que é, tem suas características. Então, não há como aplicar uma heurística geral como se fosse uma panaceia. O que existe são regras e melhores práticas, que seguem orientações de órgãos reguladores (CVM, Bacen etc) e auto-reguladores (Anbima, Ancord etc), sempre dentro de um princípio muito importante: exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade.

Então, preste muita atenção às ofertas que seu gerente, agente autônomo, consultor de valores mobiliários lhe faz: tal oferta é feita no melhor dos meus interesses ou nos dele ? Aqui estou desconsiderando totalmente os influencers financeiros cuja maioria sequer tem certificação mínima para recomendarem o que recomendam. Fuja deles, no fundo só querem te vender um produto e/ou atrair sua atenção, ademais tais órgãos reguladores e auto-reguladores tem pouco alcance e atuação sobre eles (mas, isto está mudando).

Vamos lá então: quais são essas melhores práticas ? Algumas inclusive são regulatórias. Ao iniciar sua jornada no mundo dos investimentos você deve ter se deparado com um questionário, a API (Análise de Perfil do Investidor), que é preenchido com dados que irão detalhar 4 informações:

  1. Sua realidade financeira (ativos x passivos);
  2. Objetivos;
  3. Tolerância à risco;
  4. Necessidades de liquidez.
  1. Sua realidade financeira é que determina se você tem capacidade de poupança, ou seja, se conseguirá investir. Caso esteja endividado, pare por aqui imediatamente. O juro de qualquer investimento não paga o juro cobrado em dívidas e ponto ! Foque na resolução desses problemas primeiro.

  2. Objetivos: são os fins que se deseja atingir e podem ser divididos em 3 categorias: curto, médio e longo prazo. A percepção do intervalo de tempo destas categorias é pessoal e depende, inclusive, da idade do investidor.

  3. Tolerância à risco: é seu apetite ao risco, o “quanto seu estômago aguenta” o sobe e desce de preços, mais conhecido como volatilidade. Isto também é muito pessoal e também é função do conhecimento sobre o mercado em si e os produtos financeiros disponíveis.

  4. Necessidades de liquidez: é quando você precisará que o produto de investimento seja transformado em dinheiro. Note que cada objetivo de investimento demanda uma necessidade de liquidez. P.ex: sua reserva de emergência precisa estar sempre imediatamente disponível.

Assim, perceba que é praticamente impossível criar uma regra geral de investimento, pois cada caso é um caso. Não faz sentido ter um perfil agressivo e muito apetite à risco com sua reserva de emergência. Assim como não adianta à um aposentado, ainda que tenha muito apetite ao risco e condições financeiras para tal, arriscar-se em investimentos que comprometerão sua realidade financeira.

Então, NÃO EXISTE o melhor investimento e sim o mais adequado à cada situação. A análise correta e combinação dos 4 fatores acima é que tangibiliza uma escolha assertiva (assertividade não tem nada a ver com acertar, ok ? :wink:)
Lembre-se: CDBs, ações, fundos, debêntures etc são apenas veículos de investimento, produtos financeiros que te ajudarão a concretizar seu objetivos.
#nu-invest

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Que aula, @anon30102627! Como sempre ótimo conteúdo. :clap:

Achei esse detalhe importantíssimo, hoje em dia estamos vivendo uma era onde as pessoas cada vez mais querem as coisas rápida a todo custo e vendo isso, infelizmente acaba surgindo os famosos métodos milagrosos de enriquecer fazendo uma transferência Pix para receber o dobro magicamente. :clown_face:

A única forma que restou é chamar atenção das pessoas através de mecanismos de gatilhos como “Ganhe dinheiro rápido” para assim abrirem e entenderem que não existe almoço grátis.

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Excelente conteúdo, @anon30102627! :clap:t3::clap:t3::clap:t3::slightly_smiling_face:

Muito obrigado por compartilhar essa visão aqui conosco. É importantíssimo entender essas nuances antes de mergulharmos no mundo dos investimentos!

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Muito boa a colocação, obrigado @anon30102627 por compartilhar conhecimento. :clap:t5: :clap:t5: :clap:t5:

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[ironia on] pow fiquei chateado, vim buscar uma receita para investir e lucrar e vem um textão [ironia off]

Uma aula, acho que educação financeira deveria ser materia obrigatoria na escola, pelo menos o basico do basico.

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Ah, se eu conseguisse sedimentar essa pergunta na cabeça de pessoas do meu círculo que têm bloqueio quando se trata de finanças e não se percebem capazes de avaliar e tomar decisões e confiam sem questionar em tudo o que o gerente recomenda…

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Ah, mas isso já é realidade, só que o efeito é de longo prazo… Aspectos de educação financeira entraram na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2020. Comentei isso aqui :wink:

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Mas ta acontecendo mesmo, ou só conversa pra boi dormir ?
pq nunca mais ouvir falar em nada do tipo

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Bom, se está na BNCC é para estar acontecendo, o documento tem caráter normativo. Mas, é verdade, o papel aceita tudo, o que importa é a implementação… não tenho conhecimento suficiente do processo, de como se dá essa implementação e de que forma ela é assegurada para poder opinar.

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“Ah, se eu conseguisse sedimentar essa pergunta na cabeça de pessoas do meu círculo”

Fernando, se me permite, use a analogia de fazer uma compra importante: p.ex uma TV nova, um carro ou algo do gênero. Para fazer-se isso, o indivíduo faz pesquisa, procura entender as funcionalidades, as vantagens e desvantagens comparativas, o preço etc.
Com o dinheiro (enfatize: seu dinheiro suado) faça o mesmo, seja diligente.

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Que ótima notícia, @FernandoLacerda! Por aqui não notei nenhuma mudança na grade das escola que incluísse essa matéria, mas é ótimo que já estão projetando, mesmo que seja algo pro futuro, as próximas gerações terão acesso ao menos a uma matéria que infelizmente não tivemos, só por pesquisas externas.

Espero que seja implementado o quanto antes para que pegue essa geração e as próximas, assim formando pessoas com uma boa educação financeira, mas conhecendo o Brasil, fico pensativo se de fato vão começar a implementar tão cedo, pelo menos os documentos já estão na mesa para colocar na prática.

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Acabei criando uma discussão sobre educação financeira nas escolas no tópico do colega @anon30102627… espero não estar provocando um desvio do assunto original.

Pelo que vi na BNCC, a educação financeira não entra, exatamente, como uma disciplina específica, mas entra como contexto dentro dos problemas que serão explorados como parte do ensino da matemática, e de forma transversal com as outras disciplinas, como, por exemplo, História.

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@anon30102627
Muito bem explicado.
Tanto para leigos, como para “experts”.
:+1:t2:

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Valeu @anon30102627 a cada dia, sigo aprendendo mais com você por aqui!

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15 a 30 anos constante e a receita.

Na primeira reunião de pais na escola do meu filho na semana passada eles comentaram sobre essa atualização da BNCC! Será que isso já está se tornando realidade? :pray:

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Boaa!!

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