Renda Fixa 101
Oi pessoal, estamos de volta e agora que já arrumamos a casa zerando as dívidas, podemos falar melhor sobre o que é renda fixa e como começar.
O que é renda fixa?
É uma modalidade de investimento onde você sabe de partida a forma de remuneração e prazo para receber o valor investido de volta com os juros acordados. O lado bom disso é que, diferente das ações onde não há como saber se haverá algum rendimento, você consegue planejar melhor objetivos com prazos definidos, tipo viagem de final de ano? A renda fixa te ajuda. Reserva de Emergência? A renda fixa te ajuda. Aposentadoria daqui 30 anos? A renda fixa te ajuda.
Quais são as formas de remuneração?
Basicamente você tem 3 formas de remuneração que podem te ajudar a alcançar cada tipo de objetivo. Como investidores, vocês poderão escolher entre os pós fixados, híbridos ou prefixados.
-Pós fixados: Essa forma de remuneração vai corrigir sua grana investida de acordo com uma taxa de juros como a Selic, que é a taxa de referência para o Tesouro Selic, ou o CDI (é o equivalente à Selic só que para títulos privados e não títulos públicos). Então, quando você vê um CDB que paga 110% do CDI, você está diante de um título pós fixado. Esses títulos costumam ser indicados para formação da reserva de emergência ou para investidores que têm um perfil mais conservador.
-Híbridos: São aqueles títulos que pagam a variação da inflação mais uma taxa de juros chamada de juros reais. Você encontra esses tipos de investimentos com a remuneração descrita dessa forma por exemplo: IPCA+5%a.a., lembrando que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou IPCA, é o índice oficial de inflação usado no país. Ele te protege da variação da inflação no vencimento, mas caso você precise fazer o resgate antes da data acordada, você pode ter prejuízo por conta da mudança nos juros praticados no mercado que vamos detalhar mais para frente quando falarmos de marcação a mercado. Então muito cuidado antes de começar os aportes já que os títulos híbridos costumam ser recomendados para uma grana que você não tenha intenção de usar, como o dinheiro guardado para aposentadoria ou para quando você quer planejar pagar a faculdade do filho recém nascido.
-Prefixados: São aqueles títulos que pagam uma taxa fixa como por exemplo 10% a.a. Eles podem até passar uma sensação de segurança maior por já sabermos qual será a remuneração paga no vencimento, mas um detalhe muito importante é saber que às vezes ter uma taxa prefixada pode se tornar uma coisa ruim. Por exemplo, antes da pandemia a Selic estava em 2% e os títulos prefixados de curto prazo estavam pagando 6%. Aparentemente seria um bom negócio ganhar 6% ao invés de 2% certo? Não necessariamente já que em 2021 passamos de uma Selic de 2% para 9,25% e uma inflação acima de 8%, ou seja, aquele seu título de 6% já não cobre a Selic e nem a inflação daquele período e mesmo se você quisesse resgatar seu título, há grandes chances de amargurar prejuízo por conta da marcação a mercado. Os prefixados normalmente são recomendados para prazos menores, com alocações menores do seu patrimônio e sempre com muito estudo para saber se a perspectiva da Selic nos próximos meses e anos é de manutenção, alta ou queda.
Emissores, prazos e objetivos
Tão importante quanto saber as formas de remuneração é saber de antemão quais são seus objetivos e prazos para aquela graninha que sobrou e você quer investir. Uma vez sem ter dívidas atrasadas, a recomendação é formar uma reserva de emergência que cubra pelo menos 6 meses do seu custo de vida e normalmente investimentos mais seguros como o Tesouro Selic ou um CDB de liquidez diária que pague pelo menos 100% do CDI (mas vamos entrar em detalhes sobre cada opção nas próximas edições) . Acredite, ter a reserva vai te trazer uma tranquilidade na hora de dormir sem precisar se preocupar tanto com a chuva de boletos.
Depois de montar sua reserva, você pode planejar voos mais altos, jovem padawan. Você pode começar a traçar seus planos de curto, médio e longo prazo sempre prestando atenção.
Agora é a hora de escolher investimentos que pagam taxas maiores e aqui a dica é: se você vê um CDB que paga 10% ao ano e outro que paga 15% ao ano para um mesmo prazo, acredite, existe um motivo para essa diferença. Provavelmente quem está emitindo um CDB com uma taxa muito maior do que média significa que o risco de crédito, ou seja, de calote é maior e isso sempre precisa ser levado em consideração mas também não significa que seja proibido fazer esse tipo de investimentos, basta entender os riscos e ver se seu perfil de investidor está condizente.
Agora que sabemos mais sobre formas de remuneração e planejamento, nas próximas publicações vamos acelerar o ritmo e dar mais dicas de como formar a reserva de emergência, tributação e porque a poupança foi feita para te pagar menos do que os investimentos mais seguros na renda fixa.
E vocês? São do tipo que atiram para todos os lados? Do tipo que estuda até a vírgula antes de aportar? Do tipo que chega até a tela de confirmação e se sente inseguro(a)? Ou segue a estratégia faça chuva ou faça sol?