Jornada da Renda Fixa: principais opções e dicas p/ reserva

Oi pessoal, como vocês estão?

Hoje vamos entrar mais a fundo ainda nos produtos mais comuns de renda fixa, como eles são tributados e dar dicas de opções para sua reserva de emergência dar aquela surra na poupança.

O que é o Tesouro Direto?

É um programa do Tesouro Nacional para venda de títulos de renda fixa pública para os investidores pessoa física. São disponibilizadas remunerações pós fixadas, prefixadas e atreladas ao IPCA com várias datas de vencimento diferentes. É dessa forma que o Governo Federal se financia ao mesmo tempo que estimula a cultura de investimento da população.

Tesouro Selic: É o nome do título pós-fixado do Tesouro Direto que remunera a taxa Selic e normalmente é acompanhado de uma pequena taxa chamada de deságio. Apesar de ter vencimentos mais curtos, também é possível solicitar o resgate a qualquer dia útil e possui pouca volatilidade sendo muitas vezes recomendado para formação da reserva de emergência ou para alocação de uma parte da sua carteira de investimentos que você deseja ter pouca oscilação.

Tesouro IPCA +: Esse título do Tesouro é atrelado à inflação e paga uma taxa chamada de juro real, que é a remuneração paga junto com a inflação acumulada do período. Essa é uma opção que te garante um retorno acima da inflação, que ocorrer entre a data de aplicação e a data de vencimento, mas é importante saber que se for preciso solicitar o resgate antecipado, é possível, mas por conta da marcação a mercado pode resultar em prejuízos se resgatados em momentos em que há um aumento da taxa de juros reais. É um bom investimento para planos de longo prazo como aposentadoria.

Tesouro Prefixado: São títulos que mostram qual será sua taxa de retorno ao ano. Pode parecer uma boa opção mas é importante lembrar que em períodos de juros baixos, como em 2021 com a Selic em 2%, são títulos que podem parecer mais atrativos por terem taxas normalmente maiores do que a taxa Selic, como os 6% oferecido em alguns prefixados do Tesouro no mesmo ano mas que com as mudanças do cenário econômico podem ocasionar em uma taxa prefixada menor do que a inflação ou a Selic acumulada até o vencimento. Normalmente são recomendados para uma pequena parcela de diversificação da carteira dos investidores sem grandes posições para evitar o risco excessivo e seus vencimentos no Tesouro tendem a ser de curto prazo. É possível solicitar o resgate a qualquer dia útil mas também podem apresentar prejuízo se o resgate acontecer em momentos de alta dos juros do título.

O que é o FGC?

O Fundo Garantidor de Créditos é uma entidade privada sem fins lucrativos criada e mantida por bancos para evitar uma crise no sistema financeiro caso alguma dessas instituições, que emitem alguns títulos de renda fixa privada, entre em falência e deixe os investidores na mão. O FGC garante ao investidor o ressarcimento de até R$ 250 mil em caso de intervenção, liquidação ou falência da instituição financeira que emitiu o título, com o limite de R$ 1 milhão de ressarcimento por 4 anos. Então se você investe em CDB, LCA, LCI, Letra de câmbio entre outros produtos de renda fixa, você tem essa segurança a mais. Você também pode encontrar mais detalhes sobre a cobertura no site do FGC aqui!

CDB: São Certificados de Depósitos Bancários. É através da emissão dos CDBs que os bancos conseguem captar dinheiro para emprestar aos seus clientes. Podem ser emitidos com remuneração pós fixada, pré fixada ou atrelada ao IPCA, todos com data de vencimento pré estabelecida (lembre que quanto maior o prazo, maior tende a ser a taxa de remuneração). Outro detalhe importante é que, além de contarem com a cobertura do FGC, podem ser emitidos com liquidez somente no vencimento, ou seja, você não consegue solicitar o resgate do valor aplicado com o banco antes dessa data, ou então são emitidos com liquidez diária que permitem que você possa resgatar a qualquer dia útil mas vale lembrar que esse tipo de CDBs tendem a oferecer taxas mais baixas.

LCI/LCA: São as Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio e são emitidas para que as instituições financeiras direcionem e fomentem esses dois ramos na nossa economia. Podem ser pós-fixadas, atreladas ao IPCA ou prefixadas e tendem a ter um prazo menor de vencimento como 2 ou 3 anos. Por não terem liquidez diária, não são recomendadas para formação da reserva de emergência, mas por outro lado, tem a isenção de imposto de renda para o investidor.

Como funciona a tributação na renda fixa?

A primeira tributação que pode acontecer é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que tem uma alíquota de forma regressiva nos primeiros 30 dias de aplicação. Depois desse prazo, não há incidência:

Depois temos o imposto de renda apenas sobre o lucro no investimento, que já fica retido na fonte pela corretora e que funciona conforme a imagem aqui abaixo contando em dias corridos:

Isso explica porque produtos como LCI e LCA são populares entre os entusiastas da renda fixa. Você tem o benefício fiscal de não ter o Imposto de Renda, o que maximiza seu retorno final. Então é comum ver as taxas de retorno desses produtos menores do que as taxas de CDBs, por exemplo, mas é preciso prestar atenção na chamada Taxa Equivalente, que vai te mostrar qual seria a taxa equivalente considerando a isenção de IR, que normalmente vai ser bem competitiva com as taxas de CDBs.

Dicas para Reserva de Emergência

Já sabemos que a Reserva precisa ser de pelo menos 6 meses do seu custo de vida, então agora vamos colocar a mão na massa e ver algumas opções disponíveis sempre pensando em investimentos pós fixados e de liquidez diária:

  • Tesouro Selic: é a opção com menor risco de crédito (o famoso risco de calote) já que o próprio governo garante que vai te pagar no vencimento. Apesar desse menor risco de crédito, ele ainda tem o risco de oscilação no seu preço no curto prazo devido a taxa de deságio, então existe uma possibilidade pequena de apresentar rentabilidade negativa nos primeiros meses entretanto, os vencimentos mais curtos tendem a ter menos dessa volatilidade e o valor mínimo de aplicação gira em torno de R$ 115.

  • CDBs de Liquidez Diária: esses títulos, diferente do Tesouro Selic, tem um grau maior de risco de crédito que é amenizado pela cobertura do FGC (que a gente sempre torce para não precisar usar né?). Mas o lado bom deles é que não apresentam oscilações negativas no preço, ou seja, todo dia será acrescentado um valor ao total investido de acordo com a taxa acordada e lembre que para valer a pena como investidor sempre vamos considerar apenas os que pagam pelo menos 100% do CDI, ok? Eles podem ser encontrados com valores de aplicação a partir de R$ 100.

  • RDB do Nubank: O tal Recibo de Depósito Bancário é o famoso porquinho da Nuconta e funciona de maneira parecida com um CDB de liquidez diária. Porque gostamos tanto do porquinho? A resposta é simples: ele te paga 100% do CDI, você consegue usar a qualquer momento e ele é coberto pelo FGC! Mas para que o valor esteja de fato coberto, é preciso acessar o app Nu em CONTA >DINHEIRO GUARDADO > GUARDAR > Escolher o valor > QUALQUER MOMENTO/100% do CDI. Dessa forma sua reserva de emergência fica segura e rentável pronta para ser usada (ou não, é o que esperamos) e o melhor de tudo, você consegue guardar a partir de R$ 0,01.

E aí, vocês tem alguma preferência na hora de montar a reserva de emergência? É sempre legal refletir se a facilidade e rapidez do resgate pode fazer você cair na tentação de usar a reserva sem a necessidade (sim, shoppings são perigosos), assim como refletir se a demora de 1 dia útil no resgate de algumas opções pode te atrapalhar em uma emergência.

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Ótimo conteúdo @Eduardo_Perez!
Só vou comentar depois que a rainha da reserva de emergência @Vittoria_Cunha aparecer por aqui!

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Esse é o ponto, LCI/LCA acho um ótimo investimentos para objetivos fixos e com prazo definido porém para reserva de emergência um CDB ou tesouro direto é sem duvida a melhor opção.

Ótimo assunto e muito bem abordado @Eduardo_Perez

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Chegou na hora certa em que eu estava estudando mais sobre Renda Fixa. Ótimo tópico e conteúdo @Eduardo_Perez, obrigado!

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Com certeza, segurança e liquidez, são os principais, critério na hora que eu monto minha reserva, a rentabilidade é a consequência, o mais importante nisso tudo, é você sentir seguro!

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Obrigado Luis, e olha que estamos apenas começando, a ideia é ajudar o pessoal a nivelar o conhecimento ao máximo possível :v: :rocket:

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Exatamente. A quantidade de gente que eu já conversei que aplicou em CDB só pela taxa e não pela liquidez e que acabou precisando resgatar com prejú é grande

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